Parace que a imprensa "esportiva"(vulgo futebolística) está cada vez pior. Depois de uma participação brasileira nos Jogos Olímpicos, a imprensa brasileira ao invés de voltar os olhos para o futuro ou até mesmo ficar chorando os ouros perdidos, o Jornal o globo lança uma reportagem de capa: "Cada medalha custou 96 milhões de reais."
Meu Deus, como se todo o dinheiro fosse investido para se conseguir medalhas. Não vou bater na mesma tecla do número de finais que conquistamos, de resultados inéditos...Vou partir para o social. O dinheiro investido no esporte não é somente para os Jogos Olímpicos, é um bem social.
Grande parte deste dinheiro da Lei Piva vai para a formação da base, buscando novos talentos espalhados pelo Brasil, tirando-os de uma vida mais complicada e levando-os para o esporte.
O resultado começou a ser visto em Pequim. Uma judoca do Piauí, um nadador finalista olímpico da Paraíba, um velocista de Manaus...Isso não existia há alguns anos e está começando a ficar cada vez mais comum. E aí sim, levando além de uma melhora esportiva, uma melhora social o dinheiro se mostra bem investido.
O Comitê Olímpico Brasileiro tem todos seus defeitos, mas está tentando dar um jeito no esporte brasileiro. A Espanha só cresceu esportivamente e principalmente economicamente depois daCopa de 1982 e dos Jogos Olímpicos de 1992. E o Brasil está com essa chance nas mãos com a copa de 2014 e dos Jogos de 2016. E tem gente que é contra...Não tem como entender.
A mídia que caiu em cima da participação brasileira em Pequim agora vai voltar para o futebol, com pequenas excessões como mundial de volei e basquete, para daqui a quatro anos voltar a criticar o atletismo, a natação, a ginástica...Sem saber o que aconteceu dentro do esporte nestes quatro anos!
Juca Kfouri voltará para seu clássico futebol, os canais SPORTV vão voltar para os cinco programas diários sobre futebol, a ESPN Brasil voltará a transmitir somente campeonatos europeus, o LANCE! vai voltar a ter cinco páginas sobre todos os outros esportes e 25 para o futebol, os grandes jornais voltarão a ter suas páginas de esportes engolidas pelo campeonato brasileiro...É assim que ruma a imprensa brasileira para daqui a quatro anos criticar atletas, federações, Comitês...
4 comentários:
26 de agosto de 2008 às 16:50
TEMOS QUE LANÇAR MÃO DESTE MOMENTO PARA DIVULGAR AO MÁXIMO O ESPORTE E SUAS GRANDES VANTAGENS SOBRE O INDIVÍDUO E SOBRE A SOCIEDADE, ESTIMULANDO À PRÁTICA E À ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS NOS MUNICÍPIOS , MESMOS EM PEQUENAS COMUNIDADES, COMO SE FOSSEM MINI-OLIMPÍADAS !HÁ QUE SE COBRAR DE NOSSOS REPRESENTANTES E POSTULANTES A TAL UMA CONSCIÊNCIA ESPORTIVA, QUE NADA MAIS É , DO QUE UMA EXTENSÃO DE UMA CONSCIÊNCIA EDUCACIONAL !
26 de agosto de 2008 às 19:00
o problema do brasileiro é sua mentalidade de que só vale o título, ou então no caso da olimpíada, só medalha vale, não se valoriza resultados bons mesmo que não se tenha medalha...
26 de agosto de 2008 às 23:09
Ótimo comentário Guilherme. E uma pena que com mais um ouro ficaríamos em décimo sétimo, quase igual a Athenas 2004. Eu adoro futebol, mas acho lamentável, que nos próximos 4 anos, a imprensa cobrirá 90% de futebol, esquecendo outros esportes. Tinha NET e sempre mandava e-mails para o Sportv pedindo maior cobertura de esportes como tênis de mesa, hipismo, polo-aquático. O máximo que nós, jornalistas que gostam de esportes olímpicos podemos fazer é continuar nossa humilde luta de divulgar os esportes olímpicos, junto a atletas , outros jornalistas e as confederações.
28 de agosto de 2008 às 12:46
Guilherme, parabéns pelo comentário. Estes seus exemplos, de atletas de centros outrora esquecidos, que se saíram bem em Pequim, são irrefutáveis. Já se pode perceber melhorar, sim, só não vê quem não quer.
Ótimo que um jovem jornalista, como você, já enxergue bem mais adiante do que muitos antigos e ultrapassados.
Parabéns. É este mesmo o caminho.
A maioria das pessoas que criticam o desempenho dos atletas brasileiros não pratica esportes, nunca praticou, e nem acompanha qualquer das modalidades olímpicas, a não ser o futebol. Não têm o direito, portranto, de dar um pio.
Abraço.
Odir Cunha
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