Anselmo na sua segunda olimpíada

Nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, a prova dos 110m com barreiras era a mais forte do Brasil no atletismo. Quatro atletas tinham feito índice olímpico na prova mas apenas três viajaram para Pequim. O vencedor do Troféu Brasil Redelen dos Santos teve um estiramento instantes antes da prova e abandonou. Matheus inocêncio foi para a final e ficou na sétima posição enquanto Márcio Simão caiu na segunda rodada. Anselmo era o quarto atleta brasileiro e ficou sem viajar para Atenas. Agora, está praticamente confirmado em Pequim pois nenhum outro brasileiro já fez o índice A este ano.

A confirmação da participação nas olimpíadas de Pequim veio com o tempo de 13s67 alcançados na vitória do GP RIO, abaixo dos 13s72 que ele precisava para se classificar. Ele precisava apenas do índice B pois ano passado conseguiu o índice A durante o Gran prix de Salamanca, em que marcou 13s52, ainda distante do recorde sul-americano de Redelen com 13s30 e da sua melhor marca, 13s31, atingida na altitude de Cochabamba em 2005.

Em termos de mundiais, Anselmo sempre ficou perto da final. No mundial de 2005, em Helsinque, passou pela primeira rodada e correu as semi finais 13s63 ficando na 11ª posição. Em 2007, em Osaka, correu em 13s53 e ficou na 14ª posição depois de passar pela primeira rodada.
Para Pequim, terá que correr para sua melhor marca para conseguir a classificação para a final. No mundial de 2007, o oitavo tempo que se classificou para final foi 13s35, o que leva a Anselmo ter que fazer seu melhor para chegar à final, seu real objetivo no torneio olímpico.

Nas olimpíadas, serão quatro fases. Na primeira, dos quase 80 corredores, 32 vão para as quartas de finais que levam 16 para as semi finais até chegarem os oito finalistas. É bem provável que as quartas de finais sejam atingidas sem maiores dificuldades e para as semi finais, repetindo o tempo de Osaka ano passado, 13s53, deve classificá-lo. Para ficar entre os oito melhores, somente batendo seu recorde.
Vamos esperar...

No meeting de Cochabamba, local onde os atletas costumam fazer seus melhores tempos, devido a altitude, ele ficou com a medalha de prata com o tempo de 13s55, atingindo novamente o índice A e conseguindo um convincente tempo.
O blog volta domingo que vem com mais análises dos brasileiros

Atualização Anselmo acabou não repetindo seus melhores tempos no Troféu Brasil e ficou com a medalha de bronze com o tempo de 13s91.

Pólo aquático de novo fora

Seguindo as postagens diárias sobre atletas e/ou equipes que não conseguiram vaga para o Brasil nos Jogos Olímpicos, vamos falar do pólo aquático, que não viaja para as olimpíadas desde os Jogos de Los Angeles 1984.

Os homens do Brasil estão mais distantes da realidade do polo aquático mundial do que as mulheres, entretanto os resultados continentais do Brasil no masculino são bem melhores do que no feminino. As mulheres ficaram em décimo lugar no mundial de 2007 mas ficaram fora do pódio no Pan enquanto os homens sequer disputaram o mundial do ano passado mas foram, no Rio de Janeiro, pela segunda vez seguida vice campeões pan-americanos.

A vaga nos Jogos Olímpicos poderia vir com o título no torneio pré olímpico continental, que foi os Jogos Pan-americanos do Rio, em julho do ano passado. Os homens, que têm nas olimpíadas 12 equipes, teriam tido a primeira chance no mundial de 2007, caso tivesse conquistado a classificação, em que os três primeiros colocados estariam automaticamente em Pequim. As mulheres só teriam a chance no Pan e no pré olímpico mundial, disputado em março deste ano, tanto para homens quanto para as mulheres. O Brasil não conseguiu nenhuma das 12 vagas entre os homens e das oito entre as mulheres.

O pólo aquático feminino começou a aparecer no cenário depois do bronze conquistado nos Jogos pan-americanos de 1999, na primeira aparição das mulheres no programa do Pan.
No mundial de 2003, disputado as vésperas do Pan de Santo Domingo em que o Brasil ficou novamente com o bronze, a seleção terminou na 12ª posição dentre as 16 equipes.Em 2005, o Brasil caiu uma posição e ficou na 13ª posição.
No ano de 2007, o Brasil fez um mundial muito bom. Ficou na décima posição depois de derrotar a forte equipe da Nova Zelândia. Mas, meses depois, sentiram a pressão de jogar em casa e acabaram apenas na quarta posição no Pan, perdendo para Cuba por um gol de diferença, de virada, na disputa pelo bronze. Muito pouco para quem queria bater a equipe canadense( e quase conseguiu por sinal, perdendo por 6x5 nas semi finais). O Canadá ficou em sexto no último mundial.
No pré olímpico mundial no início deste ano, a equipe ficou muito distante da vaga. O time ficou apenas na décima primeira posição dentre as 12 equipes que disputaram o torneio, muito distante dos três primeiros colocados que conseguiriam a vaga. O time, inclusive, perdeu novamente para as cubanas, rivais na derrota pelo bronze no Pan.

Os homens, de tantas participações olímpicas e medalhas pan-americanas, sequer se classificaram ao mundial da categoria. No pré mundial, disputado no Rio em 2006, a seleção ficou com o bronze, atrás de Canadá e EUA, e ficou sem nenhuma das vagas destinadas ao continente para o torneio de 2007. O time, que conseguiu vencer o Canadá nos últimos dois pan-americanos nas semi finais, perdeu para os rivais por 10x4.
As medalhas de prata nos últimos dois Pans foram os resultados que deixaram o Brasil mais perto dos jogos Olímpicos. Apenas o campeão das Américas se credencia pelo torneio continental à disputar os Jogos Olímpicos, e o time brasileiro sucumbiu diante dos americanos duas vezes sem ter grande resistência. Em 2003, derrota por 13x7 e em 2007 por 9x2. Porém, as pratas valeram ouro, já que o grande objetivo era vencer o Canadá, um adversário à altura do Brasil.

O time, que foi décimo quarto no mundial de 2005, não conseguiu a vaga olímpica pelo pré olímpico mundial, última chance de classificação. A equipe ficou na nona posição,distante das quatro vagas que o torneio destribuiu. O Brasil perdeu para Grécia, Romênia e Russia sem ter muita resistência, o que prova ainda a grande distância dos nossos jogadores para os europeus. Mas, o que mais doeu neste torneio, foi ver os canadenses conquistarem a quarta vaga do torneio e irem para Pequim. E o pior. Com o mesmo time que disputou o Pan e foi derrotado pelo Brasil por 10x6 nas semi finais.

O polo aquático é o menos lembrado pela CBDA(Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) e é o pior, em termos de resultados, dentre os dirigidos pela entidade, que manda na natação, saltos ornamentais, nado sincronizado e Maratonas Aquáticas. Deve ter maior investimento pela confederação, para colocar o esporte novamente no trilho das vitórias, que rescentemente só vem acontecendo nos sul-americanos, torneios que tantos os homens quanto as mulheres não perdem há anos.

Para ver os favoritos em Pequim no pólo aquático clique AQUI

Guido só tem a melhorar até Pequim

Guilherme Guido é provavelmente o nadador com maior evolução da natação brasileira este ano. Especialista dos 100m costas, somente neste ano alcançou o índice olímpico, bateu os recordes sul-americanos dos 50m e 100m costas tanto em piscina longa como curta e de quebra ainda tirou a vaga do mega nadador Thiago Pereira no revezamento 4x100m medley. Ufa...Ele promete para Pequim.

O ano começou difícil para Guilherme Guido. Ele não tinha o índice olímpico para sua especialiadade, os 100m costas, e a pressão começava a aumentar devido a proximidade do evento. Em março, porém, ele conseguiu o objetivo, nadando para 54s67, batendo seu recorde pessoa, o índice olímpico e também o recorde sul-americano da prova que pertencia a Thiago Pereira, que nadou em 54s75 para o bronze na prova do Pan.

Em abril, no mundial de piscina curta em Manchester, Guido bateu o recorde sul-americano dos 50m e 100m costas. Nos 50m, nadou em 23s81 enquanto nos 100m costas chegou na sétima posição com 51s04.

Em maio, veio com tudo para o Troféu Maria Lenk. Primeiramente, nos 50m, nadou para 25s10 nas eliminatórias e 25s04 na final, melhorando sua própria marca. Depois, nas eliminatórias dos 100m costas marcou o tempo de 54s32, melhorando em mais de 0s7 seu tempo do início de 2008 e 0s35 seu antigo melhor tempo, de março.

Seu principal objetivo é conseguir chegar na final olímpica e para isso terá que melhorar um pouco ainda. No mundial de 2007, sem a polêmica do super maiô, que foi usado por Guido em seu recorde, a oitava vaga para a final veio com o tempo de 54s92, tempo que já foi ultrapassado pelo nadador brasileiro há tempos.
Porém, somente este ano 15 atletas já nadaram abaixo dos 54s32 obtidos por Guido no Maria Lenk o que leva a crer que uma final olímpica deverá vir com um tempo abaixo dos 54s.
Guido acredita que a final virá com o tempo de 53s80 e uma medalha virá somente com o tempo de 53s.
Portanto, Guido precisa melhorar alguns décimos para chegar à sonhada final. Vamos esperar para ver.

NOS JOGOS OLÍMPICOS

Guilherme Guido acabou por não nadar seu melhor e ficou de fora das semi finais dos 100m costas, algo que realmente não se esperava, já que ele foi um dos que mais evoluiram dentro da natação brasileira.
Ele nadou a prova para 54s89 e ficou na 20ª posição, bem próximo das semi finais, mas bem longe dos 54s32 que fez no Troféu Maria Lenk. O 54s32 daria uma boa colocação nas semi finais e um tempo perto dos 54s daria a final olímpica.

Dois veteranos de fora

Quando se trata de canoagem e tenis de mesa no Brasil não tem como não lembrar os nomes de Hugo Hoyama e Sebastian Cuattrin. Multimedalhistas pan-americanos e com quatro participações olímpicas nas costas, os dois atletas que tem as melhores colocações olímpicas de seus respectivos esportes estão de fora das disputas dos Jogos Olímpicos de Atenas. O caso mais grave é de Cuatrin, já que Hugo ainda pode ser convocado para ser o terceiro homem do torneio por equipes.


O nome de Cuattrin se confunde com a própria da história da canoagem no Brasil. Argentino de nascença, disputou cinco pan-americanos e levou ao todo 11 medalhas, a primeira dourada vindo do k-4 1000m nos Jogos do Rio ano passado. Em Jogos Olímpicos, foi o primeiro brasileiro a se classificar para integrar a delegação brasileira, em 1992, e em Atlanta- 1996 chegou à final olímpica, ficando em nono no k-1.Em termos mundiais, nunca ficou perto de grandes conquistas, tendo como único pódio a prata numa etapa da Copa do Mundo em 1998.
Depois de participações apenas regulares em 2000 e 2004, Sebastian perdeu sua última chance de participar dos Jogos Olímpicos de Pequim ao não conseguir a classificação nas provas do k-2 500m e k-2 1000m no pan-americano do Canadá, disputado neste último final de semana.
Talvez seja o fim de uma era. Há alguns anos ele já não remava os barcos individuais, mas resolveu no Pan do ano passado entrar no k-1 1000m e, de forma brilhante, chegou à medalha de prata.
Aos 34 anos, depois do Pan do Rio, disse que não pararia de remar tão cedo. Mas talvez não contasse com essa falha na tentativa de vaga olímpica.
“A canoagem sempre me trouxe muita felicidade. Fiz grandes amigos e tive muitas conquistas. Estou parando de competior em eventos internacionais, mas continuarei sempre em contato com o esporte que tanto amo”, declarou o canoísta.
Como ele mesmo disse, muitos atletas da canoagem chegam ao auge depois dos 35 anos. Vamos torcer. Esse fenomenal atleta não pode deixar o esporte que, apesar de recorde de medalhas em pan-americanos(seis no Rio ano passado) continua engatinhando no Brasil.


O caso de Hugo Hoyama é parecido. É multimedalhista pan-americano, possui nove ouro e um total de 17 pódios. Nas olimpíadas, estreou em Barcelona mas se destacou mesmo em Atlanta, quando surpreendeu à todos ao ficar na nona posição em simples. Depois, em 2000 ganhou dois jogos e passou os Jogos de Atenas 2004 em branco, sem vitórias.
O maior drama do maior mesa tenista brasileiro da história veio em 1996, as vésperas de Atlanta, quando se companheiro, amigo e grande adversário Claudio Kano morreu em um acidente de moto e deixou Hugo "orfão" na dupla que poderia ter sucesso em Atlanta.

Suas chances de se classificar para o torneio individual de Pequim acabaram. No pré olímpico continental, não conseguiu vaga, ficando como primeiro reserva da América Latina para pequim. Neste pré olímpico, ajudou a seleção a garantir vaga no torneio por equipes.
Sua segunda chance veio no pré olímpico mundial que distribuia apenas três vagas. Caiu na segunda fase e pela primeira vez desde 1988 a chave individual das olimpíadas não terá Hugo Hoyama. Por equipes, ele espera a convocação para ser o terceiro homem, já que Thiago Monteiro e Gustavo Tsuboi já se classificaram.

Hoyama se despediu do Pan do Rio como herói, com ouro por equipes e bronze no individual. Disse que abandonaria o tenis de mesa depois de Pequim ,mas já repensou salientando que pode voltar a disputar um Pan-americano em 2011. DALHE HUGO!
A diferença é que no tenis de mesa houve renovação e Thiago Monteiro, que joga na França, está cada vez mais próximo dos 50 melhores do mundo. Já na canoagem, Edson Isaías, bronze no pan no k-1 500m, ainda não tem o mesmo nível de Cuattrin e o Brasil ficou sem vagas nas provas de caiaque, apenas na canoa.

Rosângela faz história na luta

A luta livre feminina entrou no programa dos Jogos Olímpicos em Atenas 2004 e o Brasil não mandou representantes. Quatro anos mais tarde, a brasileira Rosângela Conceição conseguiu a vaga olímpica na categoria até 72kg ao ficar com o vice campeonato do pré olímpico mundial da categoria.

Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Rosângela fez história ao garantir para o Brasil sua primeira medalha de luta em Pans entre as mulheres. Ela conquistou o bronze na categoria até 72 kg. No pan de 2008, que era classificatório para os Jogos Olímpicos, ela ficou com a medalha de bronze e teve que tranferir suas chances da vaga olímpica para o pré olímpico mundial.


Em Edmonton, no Canadá, passou por três adversárias até perder na luta final, com a vaga já garantida. No mundial de 2007, venceu uma luta, contra a húngara Rita Soos, mas acabou eliminada na segunda rodada pela sueca Jenny Franson.
Oriunda do judô, Rosângela foi aos Jogos Olímpicos de Atlanta como reserva da judoca Edinanci Silva, e chegará em Pequim para obter bons resultados. Com número pequeno de atletas na luta, apenas 16 lutadoras participarão de sua categoria, o que facilita conseguir um resultado ainda melhor do que o "simples" fato de se classificar para Pequim.


Ter conseguido vencer atleta da Romênia e, principalmente, da França no pré olímpico mostra sua evolução e a possibilidade de bater as favoritas para Pequim. Mesmo que não as vença, que consiga fazer boas lutas e divulgar a luta para mulheres no Brasil, que ainda existe um preconceito enorme.

Em junho, disputou um torneio na Romênia e conseguiu a medalha de bronze. Em uma chave formada por atletas da Romênia, grande potência mundial da Luta Feminina, Zanza, após algumas vitórias perdeu somente na semi-final em luta muito disputada no clinch, e depois voltou ao tapete para conquistar o seu lugar no pódio.

Em julho, ficou com o bronze em um torneio na Espanha. Zanza venceu a estréia contra a espanhola Fornes com parciais de 3 a 0 e 5 a 0. Nas quartas-de-final, ela vitimou a alemã Muller por dois clinchs, mas acabou caindo na fase seguinte para a espanhola Maider Unda por touch (imobilização, com o adversário ficando de costas para o chão). Na disputa do bronze, a brasileira se recuperou e bateu a sueca Weberg por 3 a 0 e 5 a 0.

Se seguir o modo de disputas de Atenas, as lutadoras serão divididas em quatro grupos de quatro atletas e as campeãs estão nas semi finais.
Uma medalha? Muito, mas muito distante. Mas um resultado como uma ou duas vitórias na fase de classificação não seria nenhuma surpresa.

Para as favoritas na categoria clique AQUI

NOS JOGOS OLÍMPICOS

Rosângela Conceição mostrou porque foi uma das cotadas para ganhar uma medalha pela Federação Internacional de luta. A brasileira estreou as lutas eliminatórias diante da atleta do Cazaquistão Olga Zhanibekova, medalha de bronze no último mundial, e venceu de virada por 2x1. No primeiro round, ela foi punida e acabou perdendo por 1x0. Na segunda luta, enfrentou a japonesa Kyoko Hamaguchi, pentacampeã mundial e campeã olímpica e caiu em dois rounds.
Se vencesse, chegaria nas semi finais e já ficaria muito perto da medalha.
Está de parabéns!