Mais um nos 800m para o Brasil

A prova dos 800m rasos vem se tornando cada vez mais uma esperança de finais para atletas brasileiros em campeonatos mundiais e olimpíadas. Depois de um hiato com as aposentadorias dos finalistas olímpicos Joaquim Cruz(Ouro em 1984 e prata em 1988) e de Zequinha Barbosa, a prova volta a ter brasileiros se destacando no cenário mundial.


Depois de analisarmos as chances de Fabiano Peçanha(clique AQUI), hoje será a vez de vermos as possibilidades de Kleberson Davide, um jovem brasileiro que vem com resultados importantes na prova, inclusive a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos do Rio, ano passado, quando conseguiu a conquista do índice A, correndo a prova em 1min45s47.

Este ano, com o tempo do ano passado, só precisava correr abaixo do índice B estipulado pela Federação Internacional de Atletismo para se garantir em Pequim. E no GP de São Paulo ele conseguiu o feito, correndo em 1min46s49.

Aos 22 anos de idade, ele disputará sua primeira olimpíada, com a experiência de ter ido ao mundial de Osaka ano passado e não ter decepcionado. Depois de passar pela primeira fase sem grandes dificuldades, correu para 1min46s45 nas semi finais, ficando muito próximo da vaga na final, que é o real objetivo do brasileiro para Pequim. O último dos dos oito classificados conseguiu a vaga com o tempo de 1min44s23, o que mostra que ainda falta um pouquinho para ele se firmar como um dos melhores do mundo.

A prova dos 800m é uma prova bem peculiar. Ninguém sabe se é de velocidade ou resistência e os tempos em cada prova são muito relativos. O GP de São Paulo, por exemplo, teve uma final com tempos muito melhores do que os da final do mundial de Osaka, ano passado.
A diferença é que no primeiro, os atletas buscavam índice para as olimpíadas e no segundo, a posição era muito mais importantes. Por isso, numa final, talvez seja melhor forçar o rítmo e conseguir fazer seu melhor tempo, para depois sim pensar nos adversários. Seria uma estratégia arriscada, mas para alguém que não tem muito a perder numa final olímpica, como é o caso de Kleberson, seria interessante.
Atualização No Troféu Brasil de atletismo, ele continuou a marcar bons tempos ao terminar com a medalha de prata na prova dos 800m com o tempo de 1min46s73, mais uma vez o índice B para os Jogos Olímpicos.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Nas eliminatórias, Kleberson pegou uma série relativamente tranquila e resolveu puxar o rítmo da prova. Passou forte em primeiro nos primeiros 400m, liderou até os 600m mas caiu no fim, chegando em 5º na sua série com 1min48s53 e em 43º no geral. Cansou muito no fim, que costume ser seu ponto mais forte.

Vacilo na luta do Brasil

Os pré olímpicos de luta masculina, tanto greco romana quanto livre, terminaram e o Brasil terminou sem nenhuma vaga olímpica. Apenas Rosângela Conceição, no feminino, garantiu vaga para o país pelos pré olímpicos. Desta forma, o Brasil aguarda que o ranking mundial dê a vaga para Antoine Jauode, na luta livre até 96kg, assim como aconteceu há quatro anos.


O principal vacilo da seleção brasileira de luta foi não ter levado todos os atletas para o mundial de Baku, ano passado. Claro que nenhum dos atletas que iriam conseguiriam a vaga direta pelo torneio, que colocava os cinco melhores automaticamente em Pequim, mas isso atrapalhou as pretenções brasileiras.

No pré olímpico continental, disputado em fevereiro deste ano, apenas o campeão se classificava para Pequim. Porém, com forças como EUA E Cuba no torneio, em muitas categorias o campeão já tinah se classificado pelo mundial, então o vice campeão iria para Pequim. E o Brasil teria conseguido duas vagas olímpicas, com Rodrigo Artilheiro, na greco romana até 120lg, e Antoine Jauade, na luta livre 120kg. Porém, estes dois não foram a Baku e, pelas regras da confederação internacional de lutas, os atletas herdeiros de vagas no pan-americanos só se classificariam para Pequim se tivesse lutado no mundial. Azar do Brasil. Vacilo da confederação. Agora é esperar.

Nos pré olímpicos mundiais, ocorreram dois de luta livre e dois de greco romana, sucessivas derrotas tiraram qualquer chance de classificação dos brasileiros. Antoine conseguiu uma vitória em cada pré olímpico mas mesmo assim ficou distanteda vaga.

Porém, nem tudo são lágrimas. Estes torneios pré olímpicos mostraram a evolução de muitos lutadores brasileiros, que conseguiram disputar combates de igual para igual com os europeus. Exemplo disso Vinícius Pedrosa. Pedrosa fez um lutão contra o Italiano no pré olímpico de luta livre, venceu bem o primeiro round, com um ataque de pernas. No segundo, ia vencendo mas foi pego de surpresa no final do round. No terceiro Pedrosa se mostrou agressivo e melhor fisicamente que seu adversário, vencendo com ataques de perna muito rápidos. Caiu na segunda rodada, mas foi muito elogiado.
Calasans (74kg da livre) teve um combate muito difícil em seu primeiro compromisso, mas levou para os pontos (5x0 e 4x0) a luta contra o atleta do Kirgkistão que já foi vice-campeão Olímpico pela Rússia.

Adrian Jaoude (84kg) fez dois lutaços no segundo pré olímpico. A primeira contra o vice-campeão Mundial, e ex-campeão Europeu, representante da Ucrânia, perdeu os dois rounds mas lutou duramente e mostrou que tem nível para disputar com qualquer atleta top. Foi puxado de volta pelo UKR, que ganhou a chave para lutar a repescagem contra o representante da Eslovaquia e após vencer o primeiro round, liderar até os momentos finais do segundo round. Acabou cedendo o empate em 3 a 3 (com maior pontuação para o SVK). No terceiro round perdeu por 4 a 1. Lutou muito e mostrou que a equipe brasileira enfim está chegando nas grandes equipes mundiais.

A luta greco romana ainda engatinha, mesmo depois de uma prata e um bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio. Poucos brasileiros saíram vitoriosos mas estão cada vez menos distantes dos europeus. Mas ainda muito longe...

Quem sabe para Londres não classificamos algum atleta na greco romana e uns três na livre? Se fizermos um ciclo olímpico com intercâmbios e algumas vitórias em mundiais aumentaremos o nível nacional de um esporte que entrega 18 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos mas que o Brasil só leva um ou outro atleta.

Afinal, é bom estar mal?

Uma dúvida está pairando na minha cabeça nesta preparação de atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Pequim. É melhor, agora no mês de junho faltando pouco mais de dois meses para os Jogos Olímpicos, estar com resultados muito bons ou parecer se poupando e não estabelecendo suas melhores marcas?

A começar os campeões do judô. Thiago Camilo disputou duas etapas da Copa do Mundo em março e teria de estar no auge de sua forma, já que se não fosse bem não conseguiria a vaga olímpica. Conseguiu "apenas" uma medalha de bronze nas duas competições que disputou e atualmente está machucado. O melhor judoca de 2007 não mostrou ser o mesmo em 2008. Será que ele está realmente tranquilo quanto a estes acontecimentos? João Derly, bi mundial, e João Gabriel, bronze no mundial, também estão machucados e não conseguiram bons resultados nas etapas da Copa do Mundo.

Na ginástica, as atletas brasileiras fazem apenas etapas da Copa do Mundo regulares, sem muitas notas altas. Melhor que em 2004, que tivemos uma penca de medalhas nas competições antecedentes e saímos zerados das olimpíadas. Mas será que as atletas brasileiras estão no mesmo nível do quinto lugar por equipes do mundial do ano passado? Será que Jade segue tão bem como em 2007, quando foi a terceira melhor do mundo?

Na natação, Thiago Pereira ainda não melhorou seus excelentes tempos de 2007. Tudo bem, está visando os Jogos Olímpicos e é lá que importa. Porém, ano passado, o que importava eram os Jogos Pan-americanos e nesta altura do ano ele tinha tempos melhores do que os feitos até agora.

No atletismo, Jadel Gregório não vem conseguindo saltar próximo das marcas do ano passado mas se mostra tranquilo, dizendo até poder quebrar o recorde mundial. Ano passado, esta altura do ano, havia feito 17m90 no GP de Belém, sétima melhor marca da história da prova.

Claro que os atletas sabem o que estão fazendo, principalmente porque são guiados por especialistas no assunto. Mas que assusta quando vemos nossas principais esperanças de medalhas em Pequim perdendo para atletas que eram derrotados ano passado é mais que verdade.
Acho melhor confiar que Jadel encaixe um salto de 18m em Pequim mesmo sem grandes resultados na temporada. Melhor acreditar que Jade alcance uma nota 16.000 no salto em Pequim apesar de notas abaixo de 15.000 nas etapas da Copa do Mundo. Vamos confiar na preparação do judô, que tem talvez a melhor seleção masculina do mundo, mesmo que não tenha vindo nenhum ouro em etapas da Copa do mundo. Vamos acreditar que Thiago Pereira nade melhor que seus tempos do ano passado e assim possa brigar por uma medalha.

Na contramão, vemos Mayra Aguiar, campeã da Copa do mundo de Hamburgo de judô, Hugo Parisi, finalista em duas etapas do Gran Prix de Saltos Ornamentais, Maurrem Maggi, que tem cinco das 12 melhores marcas do ano no salto em distância, Káio Márcio, que conseguiu bater seu recorde sul-americano nos 200m borboleta e segue como candidato ao pódio olímpico.
Os citados acima não conseguiram medalhas nos mundiais ano passado, como fizeram os do início do texto, mas estão credenciados à bom resultado em Pequim pelo que já fizeram em 2008.

Quem consegue bons resultados em 2008 diz que está no caminho certo para Pequim. Quem não está repetindo as marcas de 2007 também diz que está tudo certo para a medalha olímpica.
Em quem acreditar? NOS DOIS
VAI BRASIL!
Confio tanto em Mayra Aguiar quando em Thaigo Camilo, tanto em Thiago Pereira como Káio Márcio e tanto em Jadel como em Maurrem...
Pode parecer otimismo da minha parte...E no fundo é...Afinal, cada um sabe bem o que está fazendo nos últimos meses rumo a Pequim!

Zenaide com recorde sul-americano

A prova dos 3000m com obstáculos feminino voltará a ser disputado em Jogos Olímpicos depois de 16 anos de paralização e o Brasil já tem uma atleta classificada, Zenaide Vieira, que bateu recorde sul-americano da prova há menos de um mês, no GP do Rio.


No momento que vive o atletismo, é difícil uma atleta conseguir quebrar um recorde continental. Como disputa a prova dos 3000m com obstáculos, relativamente nova no Brasil, Zenaide foi a única brasileira a conseguir recorde continental neste ano.

O recorde veio com o tempo de 9min42s10 na prova em que ficou na terceira posição no GP Rio. O tempo foi recebido com surpresa pela atleta que não esperava o índice nesta prova. Ela correu quatro segundos abaixo do índice olímpico e melhorou em quase quatro segundos e meio o recorde sul-americano, que ela atingiu na prova de Neerpelt, em 2007.

O tempo que ela fez em Neerpelt, deixou ela como principal favorita nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em que a prova fez a estréia no programa do evento. Porém, quem brilhou foi a outra brasileira na prova, Sabine Heitling. Pior, Zenaide bobeou e protagonizou uma das cenas mais frustrantes dos Jogos Pan-americanos. Zenaide, que até abriu mão da disputa dos 1.500 m para se concentrar em sua especialidade, acabou com o bronze. Ela já tinha a prata praticamente assegurada quando desacelerou perto da linha de chegada e foi ultrapassada pela mexicana Talis Apud. "Não vi a mexicana. Não tenho o costume de ficar olhando", disse, depois da prova.

No mundial de Osaka, ano passado, ela não correu bem e ficou na primeira rodada. Fazendo o tempo de 10min04s40, ela não ficou com uma das 15 vagas para final, ficando na décima posição da série e fechando na 34ª colocação no geral.
Eclética(disputa as provas dos 1500m e 3000m), ela disputou este ano o mundial de cross country, em Edinburgh, e ficou na 70ª posição.

É complicado fazer uma projeção de tempos para a prova, já que depende muito do rítmo que as atletas resolverem ditar durante a competição. Para uma idéia, no mundial, a última atleta classificada fez o tempo de 9min42s38, o que mostra que Zenaide terá que correr para seu melhor se quiser a classificação para final.
Até o momento, o tempo dela é o 11º melhor da temporada, com apenas americanas, chinesas quenianas e jamaicanas na frente.

Uma vaga na final é complicada, mas amplamente possível para a brasileira, que venceu no dia 13 de junho o campeonato Ibero americano com a marca de 9min56s70.
Atualização Zenaide não fez um bom tempo na final do Troféu Brasil de atletismo, ficando com a medalha de prata na competição com 10min03s52
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Zenaide foi a primeira brasileira a disputar os 3000m com obstáculos, já que foi a primeira aparição da prova em Jogos Olímpicos, visto que antes apenas homens disputavam a prova.
Ela sentiu o rítmo fortíssimo da prova e, depois de andar algumas voltas no primeiro pelotão, abandonou a prova na última série, em que tinha 16 participantes.
A marca de 9min29s foi a última das classificadas para a final, o que mostra o quanto Zenaide teria de se superar, mais de 13s, para ser uma das finalistas da prova. Estava realmente muito complicado.

Para tentar chegar na final do individual

Que a prioridade de Vicente Lenílson é o revezamento 4x100m do Brasil, grande candidato para chegar ao pódio, ninguém duvida. Porém, poucos lembram que o experiente velocista brasileiro disputará, muito provavelmente, a prova dos 100m rasos.


Esta prova é uma das únicas na qual o Brasil pode ter mais de três atletas com índice A. Até por isso, Vicente ainda não tem sua vaga garantida, já que tem o índice A para prova, feito em 2007, e com o índice B em 2008, mas caso seja superado por mais de dois brasileiros, ficará somente no revezamento.

O melhor tempo de sua carreira foi feito em São Paulo, com 10s13, no ano de 2004. Este ano, ele no mesmo estádio do Ibirapuera, conseguiu a marca de 10s26, marca que o garantiu, por enquanto, na prova em Pequim. Nos Jogos Olímpicos de 2004, ele conseguiu a vaga nas semi finais e encerrou com o tempo de 10s28, ficando na 16ª posição da prova mais nobre do atletismo. Quatro anos antes, quando foi prata no revezamento, parou na segunda fase do torneio com o tempo de 10s31.

Em termos de campeonatos mundiais, Vicente caiu na segunda rodada em Osaka, com o tempo de 10s38. Seu melhor resultado foi na prova dos 60m rasos do mundial Indoor deste ano, em Valencia, quando foi à final com o recorde sul-americano de 6s58, fechando na quinta posição a prova com 6s60.

Serão cerca de 100 atletas na prova em Pequim. Os 40 melhores vão para segunda fase, resultado que muito provavelmente será atingido por Lenílson. Depois, 16 vão para as semi finais e oito para as finais. O tempo de 10s26 atingido neste ano, se repetido numa quartas de finais olímpica, pode muito bem levá-lo para as semi finais olímpica.

Porém, para uma final, terá de baixar de 10s15. E isso só aconteceu duas vezes na carreira. Mas, Vicente é esforçado e, treinando para o revezamento, poderá surpreender indo até a final. Uma medalha, quase impossível, já que com certeza os três medalhistas correrão para baixo dos 10s.

As provas de velocidade individual no Brasil passa por uma crise, já que não temos nenhum velocista capaz de brigar por uma medalha em mundial ou olímpica. Nos Jogos Pan-americanos, ano passado, apenas um finalista nos 100m e outro nos 200m, sem chegar a nenhum pódio. Uma final seria ótimo para levantar o ego dos brasileiros novamente, para reviver grandes momentos, como os de Claudinei Quirino, Robson Caetano e outros grandes corredores de provas curtas do Brasil.
Atualização Lenílson confirmou a condição de melhor velocista do país ao vencer o Troféu Brasil de atletismo com a marca de 10s26 com um vento contra de 0.4m/s. Esse resultado o confirmou com um dos brasileiros na prova e o colocou como principal nome do revezamento.

Na Etapa da Franca da Liga de Ouro, ficou longe de sua melhor marca mas ficou numa razoavel sexta posicao com o tempo de 10s35.

NOS JOGOS OLÍMPICOS

Vicente Lenílson conseguiu uma tranquila classificação da primeira fase para a segunda, chegando em terceiro em sua série com a marca de 10s26. Saiu da pista com pinta da que podia chegar nas semi finais.
Na rodada seguinte, nas quartas de finais, piorou um pouco e fez a marca de 10s31, ficando na sétima posição na quinta série. No geral, ficou na 26ª posição, piorando em relação aos Jogos de Atenas, quando foi semi finalista

Se fizesse seu melhor tempo, 10s14, seria semi finalista mas ficaria longe de uma vaga entre os oito melhores.

Keila precisa subir um degrau

A saltadora Keila Costa participa das provas de salto triplo e distância. Hoje, será análisada suas reais chances na prova de distância, que constantemente consegue bons resultados mas nunca chegou ao pódio em competições como campeonatos mundiais.


Quando ainda treinava em um cenário pouco promissor, em sua terra natal, Keila conseguiu o bronze no Mundial júnior de 2002, na Jamaica. Em sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos, não foi bem, ficando na 31ª posição dentre 38 concorrentes. Porém, saiu satisfeita, mesmo sem ter chegado perto desempenho(tinha 6m61 e ficou no 6m33 em Atenas).

Keila vem de duas finais em mundiais. Ano passado, fechou o mundial de Osaka em sétimo lugar com a marca de 6m69 enquanto este ano ficou na mesma posição no mundial indoor de Valencia, com 6m49.

A melhor marca de sua carreira foi atingida em Belém, ano passado, quando saltou 6m88 com o vento contra. Essa marca lhe rendeu o índice A para os Jogos Olímpicos e a fez com que apenas um índice B em 2008 lhe colocaria em Pequim. E a marca veio no GP de Fortaleza, com os 6m65 alcançados.

Se conseguir encaixar seus saltos em Pequim, a final olímpica estará muito próxima. Um salto acima de 6m70 deve colocá-la na final sem maiores problemas, visto que no mundial de Osaka ano passado a última classificada para final saltou 6m59. Keila vem saltando constantemente acima da marca de 6m59, mas ainda não encaixou, este ano, um salto maior que os 6m70.
Porém, em sua carreira, já conseguiu passar essa marca diversas vezes, inclusive na medalha de prata nos Jogos Pan-americanos do ano passado, quando fez a marca de 6m73.

É uma provável finalista olímpica nesta prova. Porém, a medalha só virá se saltar acima da marca obtida em Belém em 2007, quando fez 6m88. Este ano, três atletas apenas, inclusive a brasileira Maurrem Maggi, saltou acima desta marca. Ano passado, essa marca lhe rendeu a 10ª posição no ranking da temporada mas a colocaria com a quarta posição no mundial.
Atualização Keila conseguiu um bom resultado no Troféu Brasil de atletismo. Ela fez sua melhor marca do ano, saltando 6m79, e se credenciando cada vez mais para ser uma finalista olímpica.

A nova geração da natação brasileira

A elite da natação no Brasil ainda é jovem. Cesar Cielo, esperança nas provas de velocidade, tem 21 anos, mesma idade de Thiago Pereira e três a mais que Káio Márcio. Porém, a nova geração que está chegando parece ser ainda mais promissora, e isso deverá ser comprovado no mundial junior a ser disputado no mês de julho, em Monterrey.


O principal nome da equipe será Lucas Kanieski. Conquistou a medalha de ouro nos 1500m livre na Copa Latina de San Marino, com o melhor tempo do ranking nacional absoluto e com novo recorde de campeonato. Seu tempo de 15min28s61 foi o melhor da natação brasileira nos últimos anos. E o melhor, ele ainda tem apenas 18 anos de idade.

Lucas fez o índice B olímpico para a prova dos 1500m livre mas não irá entregar a delegação pelo fato da CBDA(Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) levar atletas apenas com índice A para os Jogos Olímpicos.
Lucas ainda nada as provas de 400m livre e os 800m, prova não olímpica. Está última tem o recorde brasileiro mais antigo da natação, de Djan Madruga, do ano de 1979, quando ele conseguiu baixar de 8 minutos a prova. Hoje em dia, o melhor tempo de Lucas é 8min10s36.
Nos 400m livre, foi quarto no Troféu Maria Lenk marcando o tempo de 3min58s15.

Em 2012, ele terá 22 anos, idade perfeita para um atleta de ponta. Talvez tenha sido bom ele não ter conquistado a vaga para Pequim pois não sofrerá tanta pressão e poderá fazer um ciclo olímpico bom para chegar em Londres com chances de bom resultado. Kaio Márcio e Thaigo Pereira disputaram com 19 e 17 anos suas primeiras olimpíadas, foram muito cobrados, e apesar de nadarem bem, ficaram abaixo da expectativa da imprensa brasileira.

Esgrimistas fora de Pequim

A esgrima brasileira conseguiu duas vagas olímpicas, uma a mais que em Sydney 2000 e uma a menos que os Jogos de Atenas 2004. João Souza e Renzo Agresta conseguiram a vaga pelo pré olímpico das Américas e pelo ranking mundial respectivamente. Para ver as chances dele em Pequim clique AQUI.


A esgrima feminina, que conseguiu duas vagas olímpicas em Atenas 2004, ficou de fora. Depois da festa pelo bronze conquistado por Clarisse Meneses na espada do Pan do Rio, a seleção não chegou nem perto das vagas destinadas para o continente em Pequim.

Na espada, Clarisse ficou com a décima posição no pré olímpico do México que dava vaga apenas para a campeã. No ranking mundial, ela se encotra na 341ª posição e ficou distante de ser uma das duas melhores do continente para conseguir a vaga olímpica.No sabre, Karina Lakerbai também ficou distante da vaga, na sétima posição no pré olímpico e em 290º no ranking mundial.No florete, Tais Rochel ficou mais perto da vaga, ficando na quarta posição do pré olímpico americano. A atleta de 24 anos tem oito pontos no ranking mundial e está na posição de número 135.

Em Atenas, duas brasileiras disputaram a esgrima. A jovem Élora Pattaro, que no Pan de 2003 tinha ficado muito perto da medalha, caiu na primeira rodada do sabre. Ela, prata no mundial cadete de 2003, abandonou o esporte no ano de 2006 aos 18 anos alegando falta de vontade de treinar. "Todos ficaram chocados. Quando voltei das Olimpíadas, tive tempo para pensar no que estava fazendo e no que eu queria mesmo fazer. Antes, estava mergulhada de cabeça, totalmente envolvida com a competição, não fazia outra coisa".A outra brasileira em Atenas foi Maria Júlia Herklotz, que também caiu na primeira rodada.

Dentre os homens, Athos Schwantes ficou bem perto da classificação. Na disputa da espada, ele ficou em terceiro lugar. A única vaga da categoria em Pequim acabou nas mãos do chileno Paris Inostroza.

Um dos integrantes era o seu irmão, Ivan Schwantes. Até que na semana antecedente à estréia no Pan do Rio, Athos atingiu o irmão, que teve perfuração no pulmão e foi cortado. Mesmo sem gravidade para a saúde do irmão, o incidente abalou Athos durante sua participação nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, e ele foi eliminado ainda nas oitavas-de-final na prova individual da espada. Na disputa por equipe, ele, Patrício Runnacles e Fernando Linschoten terminaram na 8ª e última colocação.

A esgrima brasileira segue estagnada e o resultado de três bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio ano passado não parece ter alavancado o esporte. Precisamos de maior estrutura e de uma maior divulgação do esporte. Esses foram os problemas que fez com que o esporte brasileiro perdesse uma das maiores revelações da história, Élora Patarro.

Joanna nada prova que não é sua especialidade

Joanna Maranhão conseguiu resultados incríveis nas provas dos 400m e 200m medley, sendo finalista em Atenas na primeira e semi finalista na segunda. Além disso, nos 200m livre ela fez o melhor tempo da América do sul durante um revezamento, quando deixou a seleção na sétima posição na final olímpica. Ou seja, Joanna caiu seis vezes na água em Atenas e bateu recorde brasileiro oito vezes: Duas vezes nos 400m medley, duas vezes nos 200m medley, duas vezes nos revezamento4x200m livre e outras duas vezes nos 200m livre, mas não pode ser considerado recorde pois ela não foi a primeira a saltar da equipe.


Porém, não é nenhuma destas provas que Joanna Maranhão está mais empolgada para a disputa dos Jogos Olímpicos. Com índice A nos 400m medley, Joanna viajará para Pequim e poderá disputar outras duas provas, os 200m medley e os 200m borboleta, pois alcançou o índice B e nenhuma atleta brasileira chegou ao índice A. Além disso, tem tempo também para nadar os 200m costas, prova em que bateu o recorde brasileiro no troféu Maria Lenk mas dificilmente nadará esta prova. Lembrando que apenas atletas que nadaram para o índice A em alguma prova pode nadar competições com índice B.

Os 200m borboleta é uma surpresa para Joanna. Prova terciária em seu treinamento até o início deste ano, ela conseguiu resultados excelentes no mês de abril, durante o Gran Prix de alto. Nadou duas vezes para marca 2min10s, fazendo o índice A da prova, mas não foi contabilizado pois não fazia parte de uma seletiva oficial da CBDA. Porém, a marca de 2min10s54 é o novo recorde sul-americano da prova.

No troféu Maria Lenk, ela venceu a prova com o tempo de 2min11s93 e ficou feliz com seu tempo. " O tempo de 2m11s está excelente aqui no Maria Lenk porque já nadei várias provas e tem o desgaste natural dos dias de competição. Mas quero nadar esta prova muito bem em Pequim porque acho que, embora eu não tenha muita experiência nela, tenho mais chances de disputar uma final. Sei que ainda tenho o que melhorar para baixar de 2m10s – explicou.

Ela acredita que o tempo de 2min08s00 colocaria ela na final olímpica, o que faz com que precise baixar "apenas" dois segundos seu tempo feito em abril. Como é uma prova que treina pouco, as condições de chegar ao tempo pretendido é enorme. Porém, é mais provável que a final olímpica chegue com um tempo melhor, já que com o reboliço dos maiôs, os tempos estão cada vez mais baixos.
Exemplo disso é comparar as finais do mundial do ano passado com os tempos obtidos até o momento no ano. Em Melbourne, a atleta que conseguiu a oitava vaga para final foi de 2min09s21 e este ano 13 atletas já nadaram abaixo de 2min08s00.
No circuito Mare Nostrum, em junho, ela ficou próxima de seu melhor tempo, nadando a prova em 2min11s35 e fechou na quinta posição. (ATUALIZADO DIA 11 DE JUNHO)

Joanna, pelo treinamento que terá até Pequim, deverá nadar a prova em 2min08s00 nas olimpíadas mas esse tempo deve lhe dar no máximo uma semi final. E olhe lá...Mas força para Joana, uma atleta que nada com extrema competência os 200m livre, 200m borboleta, 200m costas, 200m peito, 200m medley, 400m medley. QUE ATLETA QUE TEMOS!
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Joana não conseguiu melhorar seu tempo nos 200m borboleta e não chegou na esperada semi final da prova. Nadando essa prova a pouco tempo, ela nadou na casa de 2min10s64, um pouco cima de seu recorde sul-americano, mas não conseguiu a vaga nas semi finais, ficando na 22ª posição. Depois de fazer tempos muito bons nos 200m e 400m medley, ela decepcionou exatamente na prova que mais se esperava dela.

O único da canoagem

A canoagem brasileira viajará para os Jogos Olímpicos com apenas um representante, Niválter dos Santos, na canoa individual. Pela primeira vez desde 1992, Sebastian Cuattrin não conseguiu uma vaga olímpica, o que mostra que a canoagem, principalmente caiaque, precisa de renovação. E urgentemente. Já a canoa, categoria de Nivalter, existe uma evolução e ano passado a equipe brasileira ficou, na somatória dos pontos, na 14ª pósição entre as 42 nações.

A vaga foi conquistada no pré olímpico continental da modalidade, disputado há 10 dias no Canadá.
A vaga de Nivalter veio num critério técnico, pois apenas o vencedor da prova do C1 500m se classificaria para Pequim, prova esta vencida pelo cubano Aldo Pruna. Como o Canadá venceu as provas do C2 1000m e C2 500m, e os canadenses apenas poderiam se classificar no C2 500m a vaga iria para o segundo lugar da prova do C2 1000m. Resultado: a vaga iria para o mexicano Everardo Cristobal, segundo colocado desta prova (C2 1000m), mas o México já havia se classificado no Campeonato Mundial ano passado em Duisburg, na Alemanha. Com isso a vaga do mexicano Everardo Cristobal foi para o segundo lugar do C1 500m, justamente a posição que Nivalter havia conquistado. Foi confuso, mas deu a única vaga do esporte para o Brasil.

Entre seus títulos, oito ouros e duas pratas no Campeonato Brasileiro, um ouro, duas pratas e um bronze desde 2006 no Sul-Americano de canoagem e o inédito nono lugar do Mundial da modalidade obtido no México em 2006.

No Pan, Nivalter Santos ganhou a medalha de bronze na categoria C-1 500 m da canoagem. Com o tempo de 1min58s488, ele ficou atrás apenas do Mexicano José Quirino e do cubano Aldo Pruna, que ganharam ouro e prata respectivamente. No C-1 1000 m, ele terminou na quarta posição na regata final.

No mundial do ano passado, no C1 1000m Masculino Nivalter Santos chegou em sexto nas semifinais com o tempo de 4:40.897 e garantiu seu lugar na Final C da classe, mesma final obtida no c1 500m. Ele ficou em quarto nas duas finais, ficando no geral na 22ª posição.
Uma posição importante pois no mundial, todos os países europeu estão presentes e nos Jogos Olímpicos, apenas oito vagas vão para o velho continente. Ou seja, com menos europeus presentes em Pequim, a chance de melhorar essa 22ª posição é bem grande. Serão cerca de 25 barcos na competição em Pequim e é bem possível que, mesmo que a vaga tenha vindo só na prova dos 500m, ele dispute também a prova dos 1000m.

Chegar às semi finais já seria um bom resultado. Dos cerca de 25 barcos que disputarão a prova, 18 estarão nas semi finais, sendo possível uma semi final. Uma final, já fica bem difícil para o brasileiro.

Ele disputou a etapa da Alemanha da Copa do Mundo e conseguiu um resultado muito bom, mostrando bastante evolução. Se classificou para a final com o oitavo melhor tempo e ficou na oitava posição na competição que reuniu grandes atletas do mundo todo na prova do C1- 500.
“A final foi disputadíssima. Os nove finalistas, que estarão todos em Pequim, terminaram a prova com pouco mais de três segundos de diferença entre eles, demonstrando que a briga entre os melhores do mundo nas olimpíadas estará muito acirrada”, salientou Pedro Sena, técnico da canoa brasileira.

Depois, na etapa da Polônia da Copa do Mundo, ele mostrou que sua evolução é evidente. Na prova do C1 500m, garantiu o quinto lugar na Final A, com o tempo de 1m50s725.

NOS JOGOS OLÍMPICOS
Niválter se mostrou um ótimo velocista em Pequim, mas sem condicionamento de conseguir brigar por alguma vaga na final. No C-1 1000m, que não é sua especialidade, foi para as semi finais depois de começar muito bem passando em primeiro nos primeiros 250m, porém não segurou o rítmo e ficou em 17º no geral. No c1-500m, com uma largada espetacular, Niválter não conseguiu manter o rítmo e também ficou longe da final. Se treinar mais sua resistência poderá ser um dos melhores do mundo, já que é um canoísta de muita explosão e força.

Yamaguchi tem muito pela frente ainda

O boxeador Yamaguchi Falcão, da categoria até 75kg, não conseguiu a vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim mas ele com certeza é uma grande promessa de bons resultados para os próximos anos.


No primeiro pré olímpico, apesar da derrota para o cubano Emilio Correa , o brasileiro foi considerado pelas delegações estrangeiras um dos melhores pesos médios da competição. Corajoso e jogando um boxe de primeira qualidade, Yamaguchi gerou uma contagem protetora no cubano Correa, favorito na categoria, e fez um combate equivalente ao antilhano. Muitos davam como provavel a classificação do brasileiro no 2º Pré-Olímpico, mas não aconteceu.


Na Guatemala, ele parou nas semi finais diante do americano Shawn Estrada por 12x7 e o sonho olímpico ficou para Londres.

Aos 20 anos, ele ainda não pensa em de profissionalizar e quer tentar daqui a quatro anos chegar aos Jogos Olímpicos. Realmente, deu azar nas chaves dos pré olímpicos, enfrentando um cubano na primeira rodada em Trinidad Tobago e depois pegar um americano nas semi finais.

Mas, o boxe olímpico é assim...e aos 24 anos em Londres tentará a vaga.

Fabiano tenta reviver Joaqum

O meio fundista brasileiro Fabiano Peçanha tem grandes chances de ser mais um brasileiro em uma final olímpica dos 800m, assim como fez Zequinha Barbosa e o campeão olímpico de 84 e medalha de prata em 88 Joaquim Cruz, que inclusive possui ainda o recorde brasileiro e sul-americano e uma das 3 melhores marcas da história.



Para conquistar sua primeira medalha em Pans, na República Dominicana, quando era um dos mais novos integrantes da delegação brasileira (21 anos), o gaúcho precisou superar uma bursite na perna esquerda, que atrapalhou sua preparação para a competição. Nos 1.500 m, ele terminou na sexta colocação.

Para Atenas 2004 ele não conseguiu o índice olímpico mas vem conseguindo bons resultados desde então. No mundial de Helsinque em 2005 conseguiu chegar às semi finais, assim como dois anos depois em Osaka. Por sinal, no mundial do ano passado, ficou apenas s 0s10 da vaga na final.

Seu melhor tempo na carreira foi obtido no universíade de Bangock, ano passado, quando fez 1min44s60. O índice olímpico A foi feito em 2007 ainda em outra oportunidade, nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro quando ficou novamente com a terceira posição, desta vez com 1min45s54.

Para 2008, ele teria de superar o índice B, 1min47s00 ao menos uma vez e conseguiu durante o GP do Rio, fim de semana passado, correndo em 1min46s86, melhorando em Belém para 1min46s76. No campeonato Ibero-americano, em junho, ele ficou com a medalha de prata com a marca de 1min47s73.

O meio fundista brasileiro tem reais chances de pegar uma final olímpica. E numa final olímpica tudo pode acontecer. Grande candidato à ser a surpresa do atletismo brasileiro em Pequim 2008. Ano passado, a final do mundial foi muito fraca, sendo corrida em 1min47s, tempo que Peçanha já baixou várias vezes.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Fabiano Peçanha se mostrou muito forte nas eliminatórias, ao conseguir acompanhar o rítmo dos fortes adversários, ficando na quarta posição na série com um bom sprint final, fazendo o tempo de 1min46s54 e conseguindo a classificação entre os 24 semi finalistas por tempo.
Nas semi finais, puxou o rítmo da prova, liderou até os 600m mas acabou caindo no fim chegando em último na série com 1min47s07. No geral, ficou na 18ª posição no geral.