Fim das olimpíadas

Terminada as olimpíadas, o novo ciclo já começou. Londres 2012 está aí.

Neste blog tem uma análise feita de cada um dos atletas ou equipes brasileiras, com as expectativas antes dos Jogos Olímpicos. Abaixo delas, temos um resumo da participação destes em Pequim, com relatos, performances e comentários. Basta procurar nos esportes ou mesmo pelo palpitômetro, ao lado esquerdo da tela
Além disso, um resumo diário do blog sobre a participação brasileira permanece nos arquivos.
Ainda estou terminando este trabalho e algumas páginas ainda não foram atualizadas com as informações dos resultados obtidos em Pequim.

Um novo blog, www.brasilemlondres2012.blogspot.com , já está no ar com comentários e preparativos para a próxima edição do maior evento esportivo do planeta.
Abraços e obrigado pelas mais de 30000 visitas nestes 5 meses de site!

Depois da olimpíada, imprensa permanece burra

Parace que a imprensa "esportiva"(vulgo futebolística) está cada vez pior. Depois de uma participação brasileira nos Jogos Olímpicos, a imprensa brasileira ao invés de voltar os olhos para o futuro ou até mesmo ficar chorando os ouros perdidos, o Jornal o globo lança uma reportagem de capa: "Cada medalha custou 96 milhões de reais."

Meu Deus, como se todo o dinheiro fosse investido para se conseguir medalhas. Não vou bater na mesma tecla do número de finais que conquistamos, de resultados inéditos...Vou partir para o social. O dinheiro investido no esporte não é somente para os Jogos Olímpicos, é um bem social.
Grande parte deste dinheiro da Lei Piva vai para a formação da base, buscando novos talentos espalhados pelo Brasil, tirando-os de uma vida mais complicada e levando-os para o esporte.

O resultado começou a ser visto em Pequim. Uma judoca do Piauí, um nadador finalista olímpico da Paraíba, um velocista de Manaus...Isso não existia há alguns anos e está começando a ficar cada vez mais comum. E aí sim, levando além de uma melhora esportiva, uma melhora social o dinheiro se mostra bem investido.

O Comitê Olímpico Brasileiro tem todos seus defeitos, mas está tentando dar um jeito no esporte brasileiro. A Espanha só cresceu esportivamente e principalmente economicamente depois daCopa de 1982 e dos Jogos Olímpicos de 1992. E o Brasil está com essa chance nas mãos com a copa de 2014 e dos Jogos de 2016. E tem gente que é contra...Não tem como entender.

A mídia que caiu em cima da participação brasileira em Pequim agora vai voltar para o futebol, com pequenas excessões como mundial de volei e basquete, para daqui a quatro anos voltar a criticar o atletismo, a natação, a ginástica...Sem saber o que aconteceu dentro do esporte nestes quatro anos!

Juca Kfouri voltará para seu clássico futebol, os canais SPORTV vão voltar para os cinco programas diários sobre futebol, a ESPN Brasil voltará a transmitir somente campeonatos europeus, o LANCE! vai voltar a ter cinco páginas sobre todos os outros esportes e 25 para o futebol, os grandes jornais voltarão a ter suas páginas de esportes engolidas pelo campeonato brasileiro...É assim que ruma a imprensa brasileira para daqui a quatro anos criticar atletas, federações, Comitês...

Balanço da participação brasileira

Confesso que fiquei um pouco desapontado com a quantidade de medalhas de ouro do Brasil ou até mesmo com as 15 medalhas no total, recorde empatado com Atlanta-1996. Mais confesso que o número de finais do Brasil cresceu muito, resultados expressivos em alguns esportes que há 12 anos não levavam nenhum atleta, e isso mostra uma evolução do país. Num ranking feito em meu otro blog (http://www.omundoempequim.blogspot.com/), em que são atribuídas pontuações aos oito primeiros colocados em cada prova, o Brasil sobre da 23ª para a 18ª posição, parecido com que acontece quando o quadro de medalhas é feito por número total de pódios, em que o país ficou em 17º lugar.

Abaixo, um resumo de cada um dos esportes do Brasil, com uma nota ao lado de 0 a 10, levando em conta nossas esperanças do início dos Jogos e a evolução do esporte no Brasil.
Os detalhes de cada um dos resultados dos brasileros estão nas páginas internas do blog. Basta clicar nos esportes ao lado esquerdo da tela para ver as expectativas, escritas antes dos Jogos, e com o detalhe da participação do atleta.

Atletismo 7 O ouro de Maurrem Maggi foi histórico para o esporte, mas os resultados não se resumiram a isso. Foram oito finais, o melhor resultado qualitativo da história, com dois quartos lugares em provas de revezamento além da possível medalha que viria de Fabiana Murrer se tudo aquilo não tivesse acontecido. O decepcionante ficou por conta de muitos atletas que não melhoraram suas marcas, como as provas com barreiras, lançamentos e de pista.

Basquete 1 Realmente precisamos de uma renovação. Com a aposentadoria de Janeth e a futilidade de Iziane, ficamos sem líderes na seleção e acabamos decepcionados com a participação do esporte, que não soube ganhar os jogos, já que esteve vencendo três dos quatro jogos que perdeu até minutos antes do fim. Espero que sirva para abrir os olhos de todos para o mais incopetente e criticado presidente de confederação brasileira de algum esporte, o senhor Grego.
Demos azar no sorteio, mas tínhamos obrigação de passar das quartas de finais.

Boxe 8 Claro que faltou uma medalha, que só veio em uma vez, no ano de 1968, mas o esporte surpreendeu muito em Pequim e os boxeadores estão de parabéns. Dois dos seis lutadores chegaram até as quartas de finais e ficaram a um combate da medalha, algo que não acontecia desde 1996. Além disso, tivemos duas lutas muito boas na primeira rodada em que poderíamos ter saído vencedores. Ao todo foram cinco vitórias em Pequim contra uma em Atenas, duas em Sydney e quatro em Atlanta.

Canoagem 6 Uma nota acima de 5 pela brilhante participação de Poliana de Paula, que tinha o pior ranking entre as 21 atletas classificadas, foi chamada para os Jogos Olímpicos de última hora e foi até as semi finais, ficando na 14ª posição. Na velocidade, Niválter Jesus mostrou boa explosão, mas precisa melhor sua resistência para poder ser finalista. Chegou em duas semi finais.

Ciclismo 7 Um dos esportes que mais me surpreendeu. O 20º lugar de Murilo Fischer na prova de estrada que contou com 143 atletas, e que o brasileiro brigou no primeiro pelotão até o fim da prova foi muito bom. No montain bike masculino, a 19ª posição de Rubens Donizeti entre os 50 atletas melhorou em 14 postos o resultado de Atenas. As meninas acabaram um pouco abaixo do esperado.

Esgrima 5 Fez o que se esperava, numa participação muito parecida com Atenas. Tivémos uma vitória em um combate, mas caímos diante de rivais entre os 10 melhores do mundo.

Futebol 7 As meninas fizeram bonito, jogaram com muita raça e conquistaram uma prata muito parecida com a de Atenas, perdendo na prorrogação para as americanas, mesmo jogando melhor. Temos que aprender a vencer! É isso que falta para as meninas que correram tanto, lutaram tanto mas caíram diante de um time muito superior fisica e taticamente.
Os homens, um bronze com sabor amargo mas com um gosto um pouco mais doce que o de 1996. Mas decepcionante.

Ginástica Artística 7 É claro que ficou a decepção da medalha perdida por Diego, mas fica mais uma vez a certeza que estamos cada vez mais fortes no esporte e que a medalha é uma questão de tempo. Em 1996 levamos uma atleta, em 2000 duas, em 2004 uma equipe inteira que ficou fora da final e em 2008 chegamos a final por equipes, além de duas meninas no individual geral, Jade no salto, Daiane no solo e é claro, Diego no solo masculino. Seis finais, quatro a mais que em 2004. Estamos evoluindo, mas claro ficou o gostinho amargo da medalha perdida.

Ginástica Rítmica 2 As brasileiras sempre reclamam das notas dos juízes, mas desta vez cometeram muitos, muitos erros e ficaram na última posição entre as 12 equipes. Faltou concentração, pois o time tinha potencial para ficar entre as 6 melhores.

Handebol 5 As meninas ficaram com um gosto amargo de terem ficado de fora das quartas de finais, mas mostraram que estão no nível das equipes européias, tendo empatado com as húngaras e vencido as coreanas. A decepção ficou a derrota para a Suécia, na teoria, a pior equipe do grupo. Os homens fizeram o que deles se esperava. Venceram a China e conseguiram resultados muito equilibrados com a Polônia, 25x22, e com a Espanha 36x35.

Hipismo 5 Fiquei de uma certa decepcionado. Faltou experiência e força internacional ao ter um cavalo eliminado no CCE e outro no adestramento. Isso prejudicou o resultado por equipes no CCE, fomos 10º(Melhor que em Atenas) e tirou o time do adestramento, que contou com dois atletas no individual, que ficaram entre os últimos, mas mostraram evolução. No cce individual o melhor resultado foi a 23ª posição, também melhor que em Atenas. Nos saltos, a contusão do cavalo de Doda tirou qualquer chance da equipe medalhar, já que entramos com uma amazona inexperiente, mas de muita capacidade. Capacidade tamanha que ficou na 13ª posição no geral do individual, enquanto Rodrigo Pessoa foi o quinto.

Judô 7 As expectivas voltadas para o judô pela imprensa foram enormes. Mas desde o começo, o presidente da Confederação brasileira de Judô disse que esperava três pódios, um deles no lugar mais alto e outro entre as mulheres. Os três pódios chegaram, um deles foi com as mulheres mas faltou o ouro, que não veio com nenhum dos campeões mundiais que o Brasil tinha. Mas vale ressaltar que dos 14 campeões mundiais do ano passado apenas dois foram ouro em Pequim. Um número importante foram as 26 vitórias conquistadas por judocas, o maior número da história.

Levantamento de peso 6 No esporte que dá 15 medalhas de ouro é um absurdo temos apenas um representante. Falta todo um programa de incentivo ao esporte. O resultado de Welisson Silva foi o esperado, 16º lugar. Poderia ter batido o recorde brasileiro, tentou, não conseguiu.

Luta 7 Outro esporte que distribui muitas medalha, 18 de ouro, e que o Brasil levou apenas uma representante. Rosângela Conceição foi muito competitiva, venceu na primeira luta a medalhista de bronze no último mundial e perdeu nas quartas de finais para a hexa campeã mundial da categoria.

Nado Sincronizado 4 Para quem queria ficar entre as 10 melhores duplas, ter ficado em 13º foi abaixo do esperado. A vaga na final parecia certa, mas alguns erros na segunda apresentação deixou a dupla perder a posição para a Suiça. Ainda não temos força internacional e continuamos um pouco prejudicados nas notas.

Natação 8 Foram seis finais, duas medalhas. Em Atenas foram cinco finais e nenhuma medalha e em Sydney foi um bronze e apenas duas finais. A evolução está acontecendo e o ouro de Cielo pode significar muito para a natação nacional. As duas finais de Tiago Pereira foram decepcionantes para muitos, mas para mim ficou até acima do esperado, ficando na quarta posição e em oitavo. Káio Márcio brigou por uma medalha nos 200m borboleta e Gabi Silva garantiu a força das meninas. De decepcionante, as atuações fracas dos revezamentos masculinos, além de resultados fracos no peito e no costas.

Maratonas Aquáticas 8 Apenas dois países conseguiram a classificação de duas atletas na prova feminina e um deles foi o Brasil. Ana Marcela Cunha, de apenas 16 anos, e Poliana Okimoto ficaram em quinto e sétimo respectivamente lutando pela medalha até os metros finais. Faltou um pouco de experiências das duas no fim. Alan do Carmo, aos 18 anos, ficou em 14º no pelotão da frente.

Pentatlo Moderno 8 Yane Marques ficou em 18º lugar muito em conta do desempenho no hipismo quando no sorteio pegou um cavalo muito bravo e que a jogou da sétima posição que se encontrava para 15ª. Mostrou que pode lutar entre as melhores do mundo e chegou a liderar a classificação geral durante a esgrima. Está de parabéns!

Remo 3 Para quem tinha ambições de chegar na final B, apenas Anderson Nocetti fez um papel próximo do objetivo, ficando em segundo na final C, na 14ª posição no geral. Fabiana Beltrami venceu a final D, 19ª no geral, enquanto as duplas brasileiras ficaram em 15º, as mulheres, conseguindo delas o que se esperava, e 17º os homens, bem abaixo do potencial.

Saltos Ornamentais 1 Decepcionante. Nenhum dos atletas chegou nas semi finais, entre os 18 melhores. E o que se viu não foi um atraso técnico e sim um atraso psicológico. Os brasileiros alternaram excelentes saltos com saltos de notas inferiores a cinco, o que os deixou distantes dos resultados esperados. Experiência não faltou, todos tiveram em Atenas. Resultado fraco, precisamos de renovação.

Tawekondo 9 Faltou pouco, muito pouco para que o tawekondo não fizesse realmente muita história em Pequim. A medalha de Natália Falavignia foi importantíssima, mas a derrota nas semi finais por decisão dos árbitros mostrou que o Brasil precisa ter mais força internacional. As derrotas nas quartas de finais de Debora Nunes e Marcio Wenceslau no golden score mostraram que potencial temos de sobra, mas falta um "quê" na hora "H". O Brasil é quase uma potência no tawekondo e a medalha coroou isso. Mas duas derrotas no golden score e um na decisão dos árbitros deixou o gostinho de poderia ter sido mais.

Tênis 3 No torneio de simples, os brasileiros estavam longe de ser favoritos. Porém, Thomaz Belucci e Marcos Daniel estrearam contra adversários de ranking próximo, no caso de Daniel, e muito maior, no caso de Belucci, mas acabaram caindo na primeira rodada. Marcelo Melo e André Sá lutaram muito, venceram a primeira rodada, mas caíram diante dos cabeças de chave 7 da competição.

Tênis de mesa 3 O torneio por equipes mostrou que o Brasil poderia jogar bem no individual. Perdemos da Coréia do Sul, de Taipei e da Suécia, mas com vitórias importantes de Thiago Monteiro, sobre o campeão olímpico, e Hugo Hoyama, sobre o número 10 do mundo. Porém, no torneio individual, Thiago caiu diante de um norte coreano por 4x1 e Gustavo Tsuboi conseguiu virar um jogo perdido na fase preeliminas, mas na chave principal perdeu em quatro sets para um grego.

Tiro 7 Julio Almeida ficou muito próximo de chegar na final nas três provas que disputou. Na sua especialiadade, ficou a um ponto da vaga entre os 8 melhores. Nas outras, em que pouco se esperava dele, sempre entre os primeiros e perdendo a vaga nos tiros finais. Faltou um pouco de ""força mental"" mas ele está de parabéns por ter colocado o tiro brasileiro em colocações que não aconteciam há anos.

Tiro com arco 5 Depois de 16 anos de ausência, o Brasil voltou a disputar o torneio individual, com Luiz Gustavo Tranini. Ele não foi muito bem, ficou em 61º e caiu na primeira rodada do mata mata diante do número 1 do mundo.

Triatlo 6 Foi melhor do que se esperava. Um esporte decadente no Brasil, vimos Juraci Moreira chegar até a parte da corrida da prova entre os primeiros colocados, ficando em 26º no geral. Reinaldo acabou um pouco atrás do esperado, o mesmo acontecendo com Mariana Ohata.

Vela 8 Para o ciclo olímpico que a vela teve, com crises, corrupção, mudanças na direção, troca de Robert Sheidt de classe, saída de Torben Grael da equipe, uma prata e um bronze ficaram de ótimo tamanho. Sheidt e Prada fizeram uma recuperação incrível e ficaram em segundo enquanto as meninas da 470 conquistaram um bronze com sabor de ouro. Bimba ficou na quinta posição, sempre longe da medalha, mas uma posiçao que mostra que se mantém entre os melhores. Na 49er, chegamos também na regata da medalha. Pioramos em relação a Atenas, mas com os quatro anos com tanta reviravoltas, as duas medalhas e quatro classes entre os oito melhores ficaram de ótimo tamanho.

Volei 9 Uma gotinha de decepção pela derrota na final do volei masculino. Mas os americanos realmente foram melhores, levaram o título invictos e mereceram a medalha de ouro. Mas a geração brasileira que conquistou tudo que podia, inclusive Atenas 2004, está de parabéns.
Agora as meninas foram incríveis. Apenas um set perdido e uma medalha de ouro merecidíssima que estava entalada desde 1992. Destaque para Fofão, que perdeu as quatro semi finais olímpicas que havia disputado, e agora finalmente levou o ouro.

Volei de praia 7 O ouro não veio, mas a verdade é que os EUA realmente eram favoritos e levaram os títulos. A tristeza no feminino foi a derrota na luta pelo bronze diante da China, já que vencer Walsh e May era praticamente impossível. No masculino, a sensação que fica é que se Ricardo e Emanuel tivessem vencido Fábio Luiz e Márcio nas semi finais, o ouro poderia vir. Duas medalhas, uma prata e um bronze, colocam novamente o Brasil no pódio, agora com 9 medalhas em 4 olimpíadas.