O Troféu Brasil de atletismo terminou neste domingo com grandes resultados do Brasil, como Maurrem Maggi e Fabiana Murrer, seis índices olímpicos e muitos atletas ainda acreditando na marca que lhes garantem vaga para Pequim, já que a data limite de conquista do índice é dia 20 de julho. Acredito que um ou outro consiga, mas se todos que disseram que estam perto da marca realmente alcançarem o Brasil vai ser uma das maiores delegações dos Jogos.
As provas de arremesso são as que tem mais atletas perto da marca. No arremesso de disco masculino, Ronald Julião conseguiu boas e constantes marcas, chegando a 59m51 "Fiz uma excelente prova e consegui a minha melhor marca do ano. Agora é tentar o índice olímpico na Colômbia", declarou o campeão, que ficou a três metros do índice olímpico. Ele, que também venceu a prova do peso, ficou em sexto no disco no Pan do ano passado, e queria o recorde brasileiro do peso que é de 18m72, mas chegou apenas a 18m02. O índice é 19m80.
No martelo, Wagner Domingos, recordista brasileiro desde 2006 quando quebrou uma marca de mais de 20 anos, também acredita no índice olímpico nos próximos 20 dias. Ele marcou 68m13, batendo o recorde do campeonato, disse que ainda tem chances: "Vou procurar ver onde tem provas, aqui ou no exterior, e lutar para alcançar o índice.Estou treinando bem e ainda não joguei a toalha, afirmou."
No dardo, Julio Cesar Oliveira, que já lançou 78m em 2006, marca que lhe garantiria vaga olímpica, arremessou 71m e ficou distante da marca.
No saltos, a história se repete, mas com maior intensidade nas provas femininas.
No salto em altura, a campeã do Troféu Brasil foi Eliana Renata, com 1m81m, e ela quiria o índice "O nível da prova foi bom, mas acho que poderia ter sido melhor", comentou a atleta paulista.
Em segundo lugar ficou Mônica Araújo de Freitas (BM&FBOVESPA-SP), com 1,78 m. "Não fiz uma boa prova hoje. Mas tenho certeza que nós três (referindo-se às três primeiras colocadas) temos chances de conseguir pelo menos o índice B para Pequim", afirmou Mônica.
No salto em distânica, prova que Maurrem Maggi e Keila Costa já estão classificadas, outras duas brasileiras alcançaram o índice B mas precisam da marca mais forte, 6m72, para viajar à Pequim para disputar os Jogos Olímpicos. Gisele Lima, que já tem índice no triplo, saltou 6m66 enquanto Eliane Matins ficou abaixo do esperado fazendo 6m35. Elas ainda tem 20 dias para conquistar o índice.
No salto com vara, Joana Costa fez sua melhor marca, saltando 4m35,mas falhou as três vezes que tentou alcançar os 4m45 e o consequente índice A para Pequim. Ela tem a marca B, mas como Fabiana Murrer tem o índice A, ela só se classifica se conseguir a marca mais difícil.
Nas provas de pista, Juliana Gomez, campeã pan-americana dos 1500m rasos, venceu a prova com 4min20s43, bem longe do índice que é 4min08s, que ela chegou muito próxima em 2007, ainda acredita"Essa vitória significa muito para mim. Eu me superei, pois não vinha competindo bem. Ainda vou tentar o índice olímpico até o dia 20 de julho".
Nos 800m, Christiane Ritz dos Santos foi a vencedora, com o tempo de 2:06.24. Foi o segundo triunfo da gaúcha no Troféu Brasil Caixa de Atletismo. Ela já havia vencido esta mesma prova em 2005."Fiz uma corrida tática e acabou dando certo. Ainda tenho esperança de me classificar para os Jogos Olímpicos (precisa fazer, pelo menos, o índice B, com 2:01.30)", disse a ganhadora da prova, outra que sonha com os Jogos Olímpicos.
Nos 110 com barreiras, prova que em 2004 o Brasil teve quatro atletas com índice A e um finalista olímpico, tem apenas Anselmo Gomez, bronze na prova do Troféu Brasil, como classificado. Matheus Inocêncio e Éder Filho ainda sonham com a marca de 13s55 nos próximos 20 dias.
Ainda nas barreiras, nos 3000m com obstáculos, Gladson Barbosa ganhou a medalha ouro com o tempo de 8:46.56. Foi a terceira vitória consecutiva do atleta mineiro no TB Caixa. "Tenho muita sorte aqui. O (estádio) Ícaro de Castro Melo é minha segunda casa. Agora vou competir na Espanha, e tentar o índice olímpico (8:32.00 - índice B)", declarou mais um que sonha com as olimpíadas.
O que fica do Troféu Brasil é a evolução do Brasil em diversas provas em que os brasileiros não sonhavam com a vaga olímpica em outras edições. Os 3000m com obstáculos masculino, as provas de arremesso de disco e martelo além do salto em altura feminino tem tudo para terem ao menos um atleta brasileiro em Pequim, algo que não aconteceu nem em Atenas nem em Sydney. A melhora qualitativa do atletismo brasileiro é evidente, com cada vez mais atletas perto de marcas que os classifiquem para olimpíadas.
Até o momento, o Brasil tem marca para disputar provas 30 provas.
Tanto para homens como mulheres: 100m, 200m, 400m, maratona, marcha 20km, salto em distância, salto em vara, salto triplo, 400 com barreiras. Só homens: 800m, 1500m, 10.000m, 110 com barreiras, marcha 50km, decatlo e salto em altura. Só mulheres: Lançamento de dardo, lançamento de disco, heptatlo, 100m com obstáculos e 3000m com obstáculos.
Os revezamentos 4x100m masculino e feminino estão praticamente classificados enquanto o 4x400m feminino está muito perto.