4x100m livre não tem mais a mesma força

O revezamento 4x100m livre da natação masculina brasileira, quarto colocado em 1996 e medalha de bronze em 2000 além de ser atual tri campeão pan-americano, não está com a mesma força dos revezamentos 4x200m livre e 4x100m medley e é, dentre esses três, o com menos chances de um excelente resultado.

A vaga olímpica veio no mundial do ano passado, quando o time conseguiu ficar entre os 12 melhores. fechando a final na oitava posição com o recorde sul-americano da prova, marcando 3min17s03. O time da final era composto por César Cielo, Nicolas Oliveira, Rodrigo Castro e Thiago Pereira.

Porém, a maior esperança de algum bom resultado foi alimentada depois dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, quando a equipe brasileira formada por Fernando Silva, Eduardo Deboni, Nicolas Oliveira e César Cielo Filho, fez a prova em 3min15s90. O tempo foi o oitavo melhor do mundo em 2007, mas muito perto do quarto melhor.

Na prova do Pan,
Fernando Silva abriu com o tempo de 49s72. É um tempo bom, mas 0s14 acima de seu melhor. Ele vai de reserva para Pequim, com Rodrigo Castro no seu lugar. Castro conseguiu a vaga fazendo 49s50. Se Castro fizer um tempo um pouco melhor que esse já vai ser ótimo para o time brasileiro.
A grande incógnita é Eduardo Debonni. Há mais de um ano e meio, na segunda seletiva olímpica, ele marcou 49s57 e nunca mais conseguiu nadar para perto disso se mostrando muito irregular. Pode ser até que o reserva Fernando Silva nade em seu lugar numa hipotética final olímpica. No Pan, Deboni nadou 49s15, com ajuda de cerca de 0s7 da saída do revezamento. Nicolas Oliveira nadou no Pan em 48s85, tempo próximo de seu melhor se fomos contar a saída livre do revezamento. Se melhorar alguns décimos, o time pode melhorar bastante o tempo. E isso é possível.

O fechamento do revezamento será a arma brasileira. Cielo é um dos melhores do mundo na prova dos 100m livre e no pan nadou o revezamento em 48s18, tempo ainda considerado alto para um nadador do porte dele. No revezamento medley, por exemplo, ele nadouem 47s80, tempo que pode ser melhorado para os Jogos Olímpicos. Se marcar 47s50 coloca o Brasil entre os melhores do mundo.

A final olímpica é algo muito provável para a equipe brasileira. Se nadar na casa dos 3min14s o time se classifica para a final. Esse ano, apenas a França nadou para baixo dos 3min15s.
Conseguindo a vaga na final, tudo está em aberto, mas a medalha é bem complicada de vir. França, EUA e Austrália estão com um timaço, fazendo com que o pódio fique muito distante. O mais provável é uma sexta ou sétima posição. Porém, a medalha não é impossível não...

NOS JOGOS OLÍMPICOS

O Brasil até tinha conseguido bater seu recorde sul-americano, nadando na casa de 3min14s pela primeira vez, depois da brilhante abertura de Cesar Cielo, mas acabou desclassificado por Nicholas Nilo ter queimado a passagem do terceiro para o quarto atleta. Entretanto, a vaga na final não seria obtida se não tivéssimos sido eliminados.


Sandro tentará a sorte também nos 100m

O velocista Sandro Vianna disputará três provas em Pequim. Os 200m rasos, que já foram analisados pelo blog, o revezamento 4x100 que será visto posteriormente e os 100m rasos, prova que hoje será vista aqui.


O índice olímpico do amazonense veio no Torneio de Velocidade e Saltos da FPA, realizado no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, em São Paulo, no mês e fevereiro, quando ele marcou 10s21 e praticamente garantiu sua vaga na prova individual dos 100m.

Porém, a confirmação da vaga veio somente ontem, durante a prova dos 100m rasos do Troféu Brasil de Atletismo. Ele terminou a prova na quarta posição com a marca de 10s37 e garantiu a vaga com o terceiro brasileiro na prova, atrás de Codó e Lenílson, graças ao índice obtido no início do ano.

O índice conquistado em fevereiro foi o melhor tempo da carreira dele, superando os 10s28 feitos na cidade de São Paulo em junho passado, tempo que o garantiu nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, ano passado. Ele, porém, preferiu abrir mão para se especializar em sua melhor prova, os 200m rasos, o que também pode acontecer em Pequim, mas é pouco provável.

No mundial do ano passado, ele correu a prova em 10s44 não passando da primeira rodada. Porém, é esperado que ele em Pequim passe ao menos para a segunda rodada, que reune os 40 primeiros. Em Osaka, eram 72 competidores e 32 iam para segunda rodada. Algo parecido acontecerá nas olimpíadas, quando cerca de 100 atletas tentarão 40 vagas para a segunda fase. Se correr seu melhor, ou perto dele, com certeza chega na segunda rodada em que provevalmente um tempo de 10s25 deixa-o entre os 16 melhores do mundo. Uma final já é um sonho mais distante, mas ainda possível.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Sandro Viana não tem os 100m como principal prova, já que é especialista nos 200m. Assim como no último mundial, acabou por não passar da primeira fase, fazendo a marca de 10s60, em sexto em sua série. No geral, ficou em 52º lugar dentre os mais de 80 atletas presentes no Ninho do Pássaro.

Bernardinho X Ricardinho

Queria eu intender o que aconteceu entre o levantador da seleção brasileira masculina de volei Ricardinho e o técnico Bernardinho. Ano passado, dias antes dos Jogos Pan-americanos, o treinador brasileiro dispensou sem muitas explicações o melhor levantador do mundo do time.

Sem explicações concretas de nenhuma das partes, a seleção continuou seu trajeto como se nada tivesse acontecido e saiu vitorioso tanto do Pan quanto da Copa do Mundo no fim do ano, garantindo assim a vaga nos Jogos Olímpicos de Pequim.
O caso parece ter passado, mesmo ninguém explicando o que aconteceu. Um fala que se decepcionou com outro, o outro fala que quem agiu de mal fé foi um e aí que um ano depois niunguém sabe o que realmente aconteceu.

Na minha opinião, foi uma guerra de orgulho. Não sei o que aconteceu, mas imagino que dois líderes de tamanha força, orgulho e talento não conseguiam mais conviver tanto tempo juntos.
A seleção estava( e ainda está) ganhando tudo e talvez os dois não conseguissem dividir os maiores méritos, já que o técnico era considerado o grande responsável pelas conquistas mas estava sendo um pouco(bem pouco mesmo) apagado pelas brilhantes jogadas do atacante.

Para mim, culpa dos dois, que deixaram o orgulho vencer o futuro da seleção brasileira. A sorte é que o time é forte e acredito eu unido o suficiente para passar por cima disso e chegar ao ouro em Pequim.

Coloquei esse assunto de novo na roda por causa das declarações de Ricardinho para revista Universo Masculino deste mês. "O Bernardinho é uma pessoa que morreu para mim", disse.
Cortado do grupo, o levantador afirmou na época ter sido "traído".

Hoje, Ricardinho revela que tem pouco contato com os outros atletas. E que trata apenas de assuntos profissionais."Agora no Treviso, com o Gustavo, será estritamente profissional. Não adianta falar que vou sair para jantar com ele porque isso não vai rolar. Mas, na quadra, jogamos juntos, não há qualquer problema", disse o levantador à Um.

A saída da seleção acabou também com a amizade de Ricardinho com o ponta Giba. "Não somos mais amigos, agora é tudo no profissional. Eu acreditava que ele deveria ser o cara que tinha de apontar o que fiz de errado, o que o Bernardo fez de errado. E todo mundo errou. No começo foi a pessoa que me deixou chateado, mas agora, com calma, entendo que essa é a personalidade dele, em cima do muro. Não poderia esperar do Giba essa reação porque é o jeito dele. Ele não era o amigo que eu pensava que ele fosse

"Sobre a seleção ou o relacionamento com Bernardinho, Ricardinho admite não existir nenhuma esperança de retorno. "Para mim essa história já deu muito o que falar. Passei por muita tristeza, sofri para caramba. Se ele me ligar querendo resolver o caso, simplesmente vou responder 'não quero, muito obrigado'", disse.

O estranho é que o que falar mas ninguém no fundo não falou nada, já que ninguém tem idéia do que realmente aconteceu.

Lendo isso, faltando 45 dias para os Jogos Olímpicos imaginei que todas essas frases do ex-levantador da seleção seriam para tentar atrapalhar a preparação do time para Pequim. Porém, ele terminou a entrevista falando que torcerá pelo país em Pequim. "Daqui a pouco vão falar que eu torço contra a seleção. Isso não existe! Torço sempre por ela. Quero um pouco de paz. Na verdade, agora posso dizer que estou tranqüilo. E não tem por que me colocar como vilão"

Do fundo do meu coração não sei o que aconteceu e queria saber. Mas por tudo que li e ouvi no último ano, acredito que Ricardinho tenha sido o "culpado' da briga. Não é possível que Bernadinho tenha o cortado o melhor jogador do mundo sem um motivo muito, mas muito forte.
Na época da seleção feminina, o ex-jogador de volei e então treinador do time das meninas do Brasil tinha desavenças com as líderes da equipe Leila e Virna mas as brigas em quadra nunca partiram para um corte.

Estranho...Muito estranho...

Luciano irá à Pequim para ajudar Fischer

Luciano Pagliarini é um dos ciclistas mais experientes do Brasil e em Pequim terá a função de ajudar Murilo Fischer a tentar o improvável, mas não impossível pódio na prova de resistência do ciclismo estrada.


Pagliarini não espera brigar pela própria vitória. "Este circuito não é adequado às minhas características de ir ao sprint. É melhor para o Murilo, então eu já me ponho à disposição para deixá-lo na melhor situação possível", afirmou o ciclista de 30 anos.
Uma vantagem dos brasileiros é a experiência no ciclismo, mas também o longo tempo em que estão em contato. Ambos moram na cidade de Treviso, na Itália, e mesmo que pedalem por equipes distintas, sempre treinam juntos quando não estão em competição. "Um dia tomamos café na casa dele, outra na minha, as famílias se freqüentam... São sete anos treinando juntos, então não poderia haver uma dupla melhor. Esta experiência vai funcionar a nosso favor", afirmou ele.

Em Pequim, o medalhista de bronze no Pan do Rio quer apagar o mau desempenho de Atenas-2004. Principal ciclista brasileiro, ele acabou chateado com seu desempenho. Teve um pneu furado durante a prova e abandonou após perder muito tempo para consertar a bicicleta. "Em Atenas, demoraram uns 40 segundos para trocar o pneu. No ciclismo isso é muito tempo".

Luciano treina desde 2001 na Europa, quando estreou pelo time Lampre, em que ficou até 2004, quando se tranferiu para Linchigas Bianchi e no ano seguinte mudou novamente, agora para Saunier Duval, equipe que defende até hoje. Este ano, ele abandonou o giro da Itália faltando seis etapas para o encerramento mas alegou problemas de tendinite no joelho e preferiu se retirar.
Nas poucas etapas dedicadas aos velocistas Paglia obteve um 7°, um 11° e uma 18° colocação.

Velocista, Luciano deverá disputar a prova contra relógio de estrada, que será analisada mais tarde, quando o nome brasileiro nesta prova for divulgado, já que há a possibilidade de Murilo disputar a prova.
No mês de julho, antes de Pequim, ele disputará mais uma vez a volta da França, a mais famosa do mundo.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Luciano acabou prejudicado por uma pequena pedra no rim que o pegou faltando poucos dias para sua estréia olímpica. Ficou muito próximo de não entrar em ação nois Jogos, mas se superou e disputou a prova com dores.
No fim, terminou em 91º entre os 143 atletas que entraram em ação em Pequim, sendo que muitos deles acabaram por desistir da prova. Terminar uma prova depois de mais 7h pedalando com dores foi uma vitória e uma demonstração de muita raça.

E a vaga no BMX quase veio...

A União Ciclística Internacional – UCI divulgou a lista dos 11 países que estarão participando dos Jogos Olímpicos de Pequim, na modalidade BMX Feminino, e o Brasil não está entre eles, mesmo Ana Flavia Sgobin conquistando o melhor resultado brasileiro nas principais categorias, no Mundial de BMX, realizado no dia 31 de maio, onde parou nas quartas-de-final.


“Não esperava ficar fora das Olimpíadas. Confesso que ainda tinha uma expectativa, apesar de saber que estava difícil por conta dos resultados do mundial. O problema é que comecei a lutar por uma vaga em abril de 2007, mais de um ano após minhas adversárias e ainda tive a oportunidade de participar em apenas uma das etapas do BMX World Cup Supercross, que é um novo formato de pista totalmente diferenciada das pistas tradicionais” – desabafou a piloto, lembrando que as etapas do Supercross também valeram pontos para o Ranking Olímpico de Nações e que, a pista de BMX nas Olimpíadas, também é no formato do Supercross.

Coincidentemente, nesta mesma semana, a UCI também divulgou seu Ranking Individual de Pilotos 2007 / 2008, por continentes e também Overall, ou seja, o Ranking Latino Americano e o Ranking Mundial, onde Ana Flavia Sgobin se posicionou como a 2ª melhor colocada da América Latina ficando a apenas 4 pontos da 1º colocada, a Argentina Gabriela Diaz, enquanto que no Ranking Mundial, a brasileira ainda ficou entre as Top 20 do Mundo, com a 16ª colocação, sendo esses resultados de Ranking UCI, os melhores de sua carreira.

Os 11 países que estarão disputando os Jogos Olímpicos de Pequim no BMX feminino são: França, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, República Checa, Estados Unidos, Holanda, Canadá, Inglaterra, Dinamarca e Suíça, sendo que estes três últimos, conseguiram suas vagas no Mundial. Uma comissão formada por integrantes da UCI, do Comitê Olímpico Internacional – COI e da Associação dos Comitês Olímpicos Nacionais – Anoc, ainda decidirão por mais um país participante no critério de Convite, mas o Brasil infelizmente não tem chances nesse critério, uma vez que nosso país deveria ter enviado um ofício demonstrando interesse nesse critério até novembro de 2007, o que não aconteceu.
Ana Flavia acabou injustiçada pelo regulamento de classificação olímpica, que faz o ranking por países e não por atletas. Como nenhuma ciclista brasileira, excessão feita à Ana Flavia, estava bem no ranking, o Brasil terminou apenas em 14º e deixou de fora a 16ª melhor atleta do mundo.

Daniel no auge da carreira

O Brasil ficou praticamente um ano sem um tenista entre os 100 melhores do mundo mas no fim do ano passado as coisas começaram a mudar, quando Marcos Daniel teve uma série muito boa de torneios chalengers e colocou o país novamente no mapa do tênis nacional. A volta aos 100 melhores veio somente no mês de março, depois de boas campanhas no início do ano também.

Marcos Daniel surgiu numa época em que Gustavo Kuerten reinava não só no Brasil como no mundo. O tenista que completará 30 anos, teve em 2001 seu primeiro ano de glória, quando iniciou perto dos 400 melhores e terminou no top-200. Depois de cinco temporadas apenas regulares, ele voltou a jogar muito bem e hoje se encontra na 76ª posição, quatro acima de seu melhor ranking, 72ª há semanas atrás.

A classificação de Marcos Daniel veio somente na segunda chamada, já que foram listados para Pequim os 56 melhores tenistas(4 tenistas por país) e ele foi o primeiro da lista de espera. Como alguns atletas não quiseram disputar os Jogos( Exemplo de Andy Rodick, número 6 do mundo), ele teve seu nome na segunda lista e chegará em Pequim para ser uma das surpresas da chave de simples.

Podemos dizer que Daniel era um tenista de chalenger e não nível ATP. Chalengers são os torneios de segundo porte do circuito, disputados por atletas abaixo da centésima posição geralmente.
Porém, neste ano, conseguiu bons resultados em torneios grandes, como as quartas de finais no ATP de Houston e a segunda rodada no forte ATP de Barcelona. No Grand Slam de Roland Garros, ele fazia uma boa partida com Juan Carlos Ferreiro, quando este teve que abandonar e Daniel pôde ir para segunda rodada, em que acabou eliminado.

Se tiver sorte no sorteio, Daniel poderá conseguir uma ou duas vitórias, mas não deve ir muito além disso. É um bom tenista, que está em boa forma mesmo aos 30 anos, mas não tem condições de duelar com os grandes nomes da atualidade.

NOS JOGOS OLÍMPICOS

Marcos Daniel falhou em momentos decisivos na partida e acabou eliminado diante do austríaco Jurgen Melzer por 2 sets a 1, com parciais de 6-7 (9-11), 6-1 e 8-6.
Marcos Daniel começou errando muito no primeiro set e sofreu uma quebra logo no início da partida. Mesmo com a vantagem no placar, o austríaco conquistou mais uma quebra e ampliou o marcador sobre o brasileiro com grande facilidade.Somente a partir do quinto game, o tenista brasileiro conseguiu se encontrar na partida e, aproveitando os erros do adversário, iniciar uma virada sensacional. Daniel conseguiu recuperar o prejuízo do início do set ao ganhar cinco games seguidos: 5 a 4. O equilíbrio entre os tenistas, com cada tenista dominando uma parte do set, levou o jogo para o tie-break. O brasileiro foi melhor no game de desempate, apesar da divisão de forças. O tenista aproveitou melhor as oportunidades e fechou o tie-break em 11 a 9 e o primeiro set em 7 a 6.Assim como no primeiro set, Marcos Daniel começou errando muito e deixou o adversário tomar conta do jogo. Melzer aproveitou e abriu 5 games a 0 com grande facilidade. Entretanto, o poder de recuperação que o brasileiro teve para virar o primeiro set não se repetiu nesta parcial. O austríaco somente administrou a vantagem e fechou a parcial em 6 a 1.O terceiro set foi diferente das duas primeiras parciais. A partida ficou mais equilibrada e os dois tenistas não conseguiram ter uma folga maior no placar. Melzer conseguiu abrir vantagem no sétimo e oitavo games (5-3), mas Daniel conseguiu outra grande recuperação dentro da partida e empatou o jogo em 5 a 5. A superação do brasileiro não foi suficiente, já que o austríaco conseguiu fechar o jogo em 8 a 6.

Tatiana deve nadar os 100m

Muito perto da classificação olímpica no revezamento 4x100m medley e livre, a velocista Tatiana Lemos deve nadar a prova dos 100m livre nos Jogos Olímpicos de Pequim apesar de não ter conquistado o índice A para a prova, ficando à apenas 0s10 deste.

Como de costume, a CBDA permitirá a participação de atletas que viajarão para Pequim ou com índice A em alguam prova ou com confirmação no time dos revezamentos em prova em que não chegaram ao índice mais forte. Tatiana, que participará dos dois revezamentos brasileiros, é a provável brasileira na prova mais nobre da natação.

No Troféu Maria Lenk, Tatiana fez uma maratona de provas para ajudar o Brasil a classificar os revezamentos e talvez por isso não tenha conseguido o índice nos 100m livre. Veterana de três pans, ela nadou os revezamentos 4x100m medley e 4x100 e 4x200 livre e duas vezes a prova dos 100m individual em menos de 40 horas, o que deve ter deixado a atleta cansada para marcar o tempo de 55s34 na final dos 100m livre, bem perto do índice A de 55s24.

Ela bateu o recorde sul-americano que pertencia a Flavia Delaroli nos Jogos sul-americanos no mês de março, com o tempo de 55s78. Nas eliminatórias do Troféu Maria Lenk, tinha melhorado esse tempo marcando 55s54.

A marca, no entendo, ainda pode ser bastante melhor para a atleta, vide suas apresentações nas provas de revezamento que praticamente garantiram a seleção em Pequim. Na prova do 4x100m medley, ela nadou a prova para 54s72. Claro, existe um tempo ganho em média de 0s6 numa prova de revezamento, mas mesmo com esses décimos adicionados o tempo da prova por equipes ainda foi melhor que seu recorde individual.

Porém, se quiser brigar por uma vaga entre as 16 melhores do mundo terá de com certeza abaixar de 55s, algo que nunca fez em provas individuais. 33 atletas já baixaram essa marca esse ano, o que faz com que a possível "barreira" das semi finais seja 54s50. No mundial do ano passado, um tempo de 55s69 colocou a última atleta nas semi finais, provando a incrível melhora mundial das nadadoras nessa prova, podendo ser o "limite" da vaga um segundo abaixo do que foi em 2007. Mas esses tempos são apenas especulações...Veremos, veremos.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Tatiana foi muito bem nos Jogos Olímpicos, quebrando o recorde sul-americano tanto na abertura do revezamento como na prova das eliminatórias. Ela nadou para 55s01, ficando na 19ª posição, muito perto da vaga para as semi finais, algo impensável no início dos Jogos.

O primeiro negro do hipismo brasileiro

O hipismo adestramento foi o segundo esporte a ser analisado no nosso blog, ainda no distante mês de fevereiro. Naquela época, não acreditava muito no que o Brasil poderia fazer em Pequim e por isso dediquei apenas uma postagem para a competição por equipes e para a participação dos três cavaleiros brasileiros no individual. Quanta injustiça a minha...


Nestes quatro meses, o Brasil passou de quase desclassificado por equipes para dois atletas com nível muito bom internacional e uma ainda possível e até provável classificação por equipes. Isto porque a Federação Internacional Equestre determinou que toda equipe classificada aos Jogos(O Brasil conseguiu a vaga depois do bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio) teria de ter três cavaleiros com uma nota superior à 64% em duas competições de nível internacional. O índice parecia de outro planeta para os brasileiros, que chegavam nesta marca apenas em competições de menor importância, com a nota menos rigorosa.

Foi aí que surgiu Rogério Clementino, o primeiro brasileiro a conseguir por duas vezes essa marca, em duas competições disputadas na Hípica Santo Amaro, em São Paulo. Ele ficou com a marca de 65,117% no segundo torneio, que juntada ao 68,542% do torneio disputado na hípica duas semanas antes o credenciou para ser o primeiro cavaleiro olímpico negro brasileiro da história.

O sul-matogrossense ainda conseguiu superar o índice outra inúmeras vezes e por isso tem chances de um bom resultado em Pequim. Seu ápice veio em uma competição na Eslovênia.
No dorso do puro sangue Nilo V.O, Rogério obteve a média final de 68,350% na prova de adestramento com coreografia livre e música. A excepcional nota – que lhe garantiu a 10ª colocação - nunca havia sido registrada por nenhum outro cavaleiro brasileiro em uma competição internacional fora do Brasil nos últimos 30 anos.

No pan-americano do ano passado, ele só entrou na equipe brasileira depois da desistência de Pia Aragão, que estava lesionada. Não decepcionou e ainda levou o Brasil para a 12 posição no torneio individual, depois de uma excelente sexta posição no primeiro dia.
O nível mundial subiu muito nos últimos anos, mas vale lembrar que a medalha de ouro de Atenas 2004 veio com a marca de 72,782%. A marca de 68,350%, melhor de Rogério, lhe daria a décima posição em Atenas. Porém, as notas estão mais rigorosas e os conjuntos mais completos, fazendo com que a nota obtida por Rogério o coloque mais ou menos em 30º lugar atualmente.

Serão 50 cavaleiros nos Jogos Olímpicos e uma posição perto dos 30 melhores será história para o país que só viu participar em duas ocasiões dos Jogos Olímpicos: Em 72 e em 2000. Vou até alterar a posição dele no "palpitomêtro", já que havia colocado muito atrás, vendo apenas os resultados de 2007.

Basquete tenta redenção

Foi por pouco, muito pouco que as meninas do basquete do Brasil não ficaram de fora dos Jogos Olímpicos. Depois de serem eliminadas nas semi finais do pré olímpico das Américas diante de Cuba e de perderem para Bielorussia nas quartas de finais do pré olímpico mundial, o Brasil conseguiu a vaga na repescagem do campeonato pré olímpico mundial da Espanha, fechando o grupo de 12 participantes das olimpíadas.




O basquete feminino não fica de fora de uma semi final olímpica desde 1992, quando fechou na sétima posição. Em Atlanta 1996 foi prata, em 2000 bronze e 2004 ficou na quarta posição, mesma posição obtida no mundial do ano passado, disputado no Brasil. O problema é que daquele time titular, nenhuma atleta estará em Pequim: Janeth, Alessandra, Iziane, Cíntia Tuiú e Silvinha.


A primeira, se despediu da gloriosa carreira na seleção no Pan de 2007, enquanto a segunda terminou seu ciclo na seleção depois do mundial de 2006, o mesmo acontecendo com Cíntia e Silvinha. Já Iziane teve a mais polêmica das discussões. Após sair do jogo decisivo diante da Bielorrussia nas quartas de finais do pré olímpico mundial, ela brigou com o técnico Paulo Bassul e falou que não iria voltar para quadra. A atitude de Bassul foi compreensível: "Ela não joga mais".
Porém, a frase de Carlinha, atleta experiente mas que está na seleção somente a partir deste ano, foi belíssima: "Nós perdemos um time inteiro, mas ganhamos outro né?'


E o novo time conseguiu bons resultados esse ano. Comandadas por Micaela, Êga, Claudinha, Mamá e Carlinha, o time conseguiu além do título sul-americano em maio, vitória sobre a fortíssima equipe espanhola DENTRO DA ESPANHA, durante o pré olímpico mundial. Porém, a derrota para Bielorrussia nas quartas de finais na prorrogação jogou o time para repescagem, na qual abalada pela saída de Iziane, conseguiu bater Angola e por último Cuba, num jogo emocionante que marcou a revanche do pré olímpico do ano passado.



O time ainda espera a volta de Adrianinha, armadora titular que pediu dispensa do pré olímpico, e de Karen, veterana de outras olimpíadas que trará experiência para essa equipe que não disputou muitos torneios internacionais, apesar da média de idade relativamente alta.





No sorteio dos grupos para Pequim, o Brasil caiu na chave de Austrália, Bielorussia, Letônia, Coréia do Sul e Rússia. As favoritas para a chave são as australianas e as russas, que fizeram a final do mundial ano passado. O Brasil pode até dar sufoco nos dois times, mas é provável que saia derrotado destes dois confrontos.


A briga pela terceira vaga deverá ser acirrada, já que a quarta colocada provavelmente enfrentará as americanas na fase seguinte, já que as yankees são favoritas no grupo B. A equipe da Coréia do Sul, primeira adversária do Brasil, ficou apenas em 13º no último mundial e não deve trazer muitas dificuldades para nossa equipe. Porém, vale lembrar que essa mesma Coréia foi a adversária do Brasil na luta pelo bronze em 2000 e que eliminou o Brasil do mundial de 2002 nas quartas de finais.


A Letônia é a maior incógnita. Nova força do basquete mundial, o time conseguiu a vaga pelo pré olímpico mundial sem grandes dificuldades, com vitórias sobre Senegal, Japão e Angola. O time deu sorte no sorteio mas não pode ser testado em nenhuma partida. No mundial de 2006, o time sequer participou mas apareceu bem no campeonato europeu de 2007, quando ficou na quarta posição a frente de países com Lituânia, França e República Tcheca. O Brasil entra como favoritona partida, mas esta deve ser dura, muito dura.



A última rodada é diante da Bielorussia. É muito provável que as seleções cheguem nesta partida com duas vitórias e duas derrotas e elas decidam quem ficará em terceiro no grupo e desta forma não enfrentar as americanas nas quartas de finais. No pré olímpico mundial, as seleções fizeram um jogaço em que ambas tiveram chances de definir antes da prorrogação,que acabou com vitória européia. Medalha de bronze no europeu do ano passado, o time está evoluindo cada vez mais e tem um estilo de jogo rápido e com pivôs leves e altas, o que dificulta a ação das brasileiras que no garrafão são mais pesadas e fortes. Será um jogão.



Acredito que a seleção passe na terceira posição e encare ou República Tcheca ou Espanha nas quartas de finais, fazendo com que seja bem possível a vaga para as semi finais. As espanholas foram batidas pelas brasileiras nas quartas de finais dos Jogos Olímpicos de 2004 e no pré olímpico mundial deste ano enquanto as tchecas perderam para as brasileiras nas quartas de finais do mundial de 2006. Acredito numa vaga nas semi finais.



Nas semi finais, diante de russas, australianas ou americanas, a vida será bem complicada e o Brasil jogaria como franco atiradora. Por isso, penso que a seleção terminará novamente na quarta posição. Porém, uma quarta posição comemorada e suada. Claro, há possibilidades de uma final olímpica, mas acho que EUA, Rússia e Austrália estão um passo à frente.


Convocacao de Bassul
Estão escaladas Adrianinha e Claudinha (armadoras); Karen e Karla (ala/armadoras); Chuca, Fernanda e Micaela (alas); Êga, Franciele e Mamá (ala/pivôs); e Graziane (pivô). As pivôs Érika e Kelly se juntarão à equipe somente em Pequim.

NOS JOGOS OLÍMPICOS
A seleção brasileira teve um péssimo desempenho nos Jogos Olímpicos, terminando na décima posição, sem ter passado para as quartas de finais. Ao todo, foram quatro derrotas e apenas uma vitória. O grande problema da equipe foi a falta de poder de decisão, já que a seleção liderou grande parte de quatro das cinco partidas.

Em um jogo pífio, em que nenhuma das seleções superou os 40% de aproveitamento nos arremessos de quadra, o Brasil perdeu para a Coréia na prorrogação e ficou em situação delicada no grupo. A vitória esteve nas mãos no fim do tempo normal, mas o Brasil perdeu o último arremesso e sucumbiu em uma prorrogação terrível.
Na segunda rodada, uma esperada derrota para as australianas por 80x65, desta vez sem apagão no terceiro quarto, mas sim um jogo que foi perdido antes do término do primeiro tempo.

Na terceira partida, uma derrota totalmente inesperada contra a Letônia por 79x78. A seleção esteve com o jogo na mão durante toda a partida e quase se salvou da derrota com uma cesta de três faltando poucos segundos para o fim, que colocou o time na frente na partida. Porém, com uam falha na defesa, a seleção levou dois pontos nos últimos dois segundos e quase foi eliminada da competição.

Na quarta partida, o Brasil vinha surpreendendo a Rússia, ficando na frente durante os três primeiros quartos, com destaque para Adrianinha que havia marcado 23 pontos nos 30 primeiros minutos de jogo. No último quarto, entretanto, mais um apagão, e a seleção saiu derrotada por 74x64, sendo eliminada da competição.

Para comprir tabela, entrou em quadra contra a Bielorússia, e venceu sua primeira e única partida. Mesmo com uma vitória, ficou na última posição do grupo.

Um dos poucos destaques do time foi Adrianinha,que com suas bolas de três e uma boa armação, quase levou o Brasil para as vitórias. Porém, com um trabalho de pivô ainda muito deficiente, Kelly não pode ser comparada com as eternas Marta e Alessandra, além das alas terem deixado a desejar, principalmente Carla, destaque do pré olímpico, mas que não se encontrou em Pequim.