Dois veteranos de fora

Quando se trata de canoagem e tenis de mesa no Brasil não tem como não lembrar os nomes de Hugo Hoyama e Sebastian Cuattrin. Multimedalhistas pan-americanos e com quatro participações olímpicas nas costas, os dois atletas que tem as melhores colocações olímpicas de seus respectivos esportes estão de fora das disputas dos Jogos Olímpicos de Atenas. O caso mais grave é de Cuatrin, já que Hugo ainda pode ser convocado para ser o terceiro homem do torneio por equipes.


O nome de Cuattrin se confunde com a própria da história da canoagem no Brasil. Argentino de nascença, disputou cinco pan-americanos e levou ao todo 11 medalhas, a primeira dourada vindo do k-4 1000m nos Jogos do Rio ano passado. Em Jogos Olímpicos, foi o primeiro brasileiro a se classificar para integrar a delegação brasileira, em 1992, e em Atlanta- 1996 chegou à final olímpica, ficando em nono no k-1.Em termos mundiais, nunca ficou perto de grandes conquistas, tendo como único pódio a prata numa etapa da Copa do Mundo em 1998.
Depois de participações apenas regulares em 2000 e 2004, Sebastian perdeu sua última chance de participar dos Jogos Olímpicos de Pequim ao não conseguir a classificação nas provas do k-2 500m e k-2 1000m no pan-americano do Canadá, disputado neste último final de semana.
Talvez seja o fim de uma era. Há alguns anos ele já não remava os barcos individuais, mas resolveu no Pan do ano passado entrar no k-1 1000m e, de forma brilhante, chegou à medalha de prata.
Aos 34 anos, depois do Pan do Rio, disse que não pararia de remar tão cedo. Mas talvez não contasse com essa falha na tentativa de vaga olímpica.
“A canoagem sempre me trouxe muita felicidade. Fiz grandes amigos e tive muitas conquistas. Estou parando de competior em eventos internacionais, mas continuarei sempre em contato com o esporte que tanto amo”, declarou o canoísta.
Como ele mesmo disse, muitos atletas da canoagem chegam ao auge depois dos 35 anos. Vamos torcer. Esse fenomenal atleta não pode deixar o esporte que, apesar de recorde de medalhas em pan-americanos(seis no Rio ano passado) continua engatinhando no Brasil.


O caso de Hugo Hoyama é parecido. É multimedalhista pan-americano, possui nove ouro e um total de 17 pódios. Nas olimpíadas, estreou em Barcelona mas se destacou mesmo em Atlanta, quando surpreendeu à todos ao ficar na nona posição em simples. Depois, em 2000 ganhou dois jogos e passou os Jogos de Atenas 2004 em branco, sem vitórias.
O maior drama do maior mesa tenista brasileiro da história veio em 1996, as vésperas de Atlanta, quando se companheiro, amigo e grande adversário Claudio Kano morreu em um acidente de moto e deixou Hugo "orfão" na dupla que poderia ter sucesso em Atlanta.

Suas chances de se classificar para o torneio individual de Pequim acabaram. No pré olímpico continental, não conseguiu vaga, ficando como primeiro reserva da América Latina para pequim. Neste pré olímpico, ajudou a seleção a garantir vaga no torneio por equipes.
Sua segunda chance veio no pré olímpico mundial que distribuia apenas três vagas. Caiu na segunda fase e pela primeira vez desde 1988 a chave individual das olimpíadas não terá Hugo Hoyama. Por equipes, ele espera a convocação para ser o terceiro homem, já que Thiago Monteiro e Gustavo Tsuboi já se classificaram.

Hoyama se despediu do Pan do Rio como herói, com ouro por equipes e bronze no individual. Disse que abandonaria o tenis de mesa depois de Pequim ,mas já repensou salientando que pode voltar a disputar um Pan-americano em 2011. DALHE HUGO!
A diferença é que no tenis de mesa houve renovação e Thiago Monteiro, que joga na França, está cada vez mais próximo dos 50 melhores do mundo. Já na canoagem, Edson Isaías, bronze no pan no k-1 500m, ainda não tem o mesmo nível de Cuattrin e o Brasil ficou sem vagas nas provas de caiaque, apenas na canoa.

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