O melhor judoca do mundo

Thiago Camilo conseguiu aos 19 anos de idade uma medalha de prata, nos Jogos Olímpicos de 2000, na categoria até 73kg. Humilde, logo declarou que não era o novo Aurélio Miguel. E estava certo, passou muitos anos no ostracismo, sem conseguir vaga na equipe titular e com sucessivas contusões. Seu irmão Luis Camilo foi ouro no Pan de 2003, competição em que Thiago sequer participou.

Aos poucos, o judoca amadureceu e teve um ano de 2007 perfeito. Campeão pan-americano com três ippons em três lutas que, somadas, não deram dois minutos. No mundial, foi melhor ainda, vencendo suas sete lutas por ippon e considerado o melhor atleta dentre todas as categorias.

Sua classificação entretanto não estava assegurada para os Jogos pois foi campeão mundial em sua categoria, até 81kg, mas disputou o Pan na categoria até 90kg. Isso foi contra os critérios da CBJ, que havia divulgado que atletas que chegassem a final do mundial e fossem campeão pan-americano DA MESMA CATEGORIA, não precisariam disputar a seletiva(Foi o caso de João Derly mas não o de Luciano Correa, que apesar do ouro no mundial foi bronze nos Jogos pan-americanos).

Por isso, Thiago disputou as etapas da copa do mundo deste ano pressionado pelo reserva Flavio Canto, que vinha de contusão nos Jogos pan-americanos, quando lutou na categoria em que Thiago foi campeão mundial. Canto acabou perdendo suas duas lutas nas etapas da copa do mundo e Thiago não teve de se esforçar tanto pela vaga, mas mesmo assim conseguiu um bronze nas etapas deste ano. Pouco para quem teve um 2007 perfeito, muito para que foi para Europa visando apenas a vaga olímpica.

Thiago deu "sorte" que neste ano as seletivas brasileiras não foram em enfrentamentos diretos e sim por analises de resultados. O judoca não consegue nunca lutar bem contra Flavio Canto, que tem um fortíssimo judô no chão, em que Thiago não tem tanta categoria. Nas seletivas para Atenas, os dois lutaram e estavam empatados em 1 a 1 nas duas seletivas anteriores, e tinham empates nas duas lutas do último dia de seletivas. O combate só foi definido a dois segundos do final da terceira luta, quando os juízes deram uma punição a Tiago e Flávio venceu por wazari.

Apesar disso, é favorito ao ouro na categoria e tem tudo para agarrar o lugar mais alto do pódio que lhe escapou em 2000.

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NOS JOGOS OLÍMPICOS
A medalha de bronze não teve um sabor tão bom quanto a de prata de 2000, mas é uma medalha olímpica e foi muito valorizada pelo judoca brasileiro.
Ele estreou contra o japonês Takashi Ono e parecia que vinha com tudo. Com pouco tempo de luta, já tinha um wa-zari de vantagem, pontuação administrada pelo brasileiro até o fim da luta.
No segundo combate, venceu sem grandes dificuldades o iraniano Hamed Malek por ippon.
Nas quartas de finais, sofreu o revés que lhe tirou a chance de ouro. O alemão Ole Bischof deu dois waza-ris no brasileiro, que resultou num ippon, numa luta em que Tiago esteve irreconhecível.
A briga pelo bronze se iniciou com o campeão pan-americano da categoria no ano passado, o americano Travis Stevens. Tiago manteve melhor pegada e postura, suficientes para forçar duas punições a Stevens e depois conquistar mais um koka. Apesar disso, ele não evitou queda por yuko, que deixou a luta mais acirrada. No fim, falou mais alto a experiência do paulista, que segurou o resultado até o fim.
A vaga na luta pelo bronze veio com triunfo sobre o britânico Euan Burton, em que Camilo já mostrou uma linguagem corporal diferente. "Foi tudo muito complicado para mim. Tinha como objetivo buscar o ouro. Foi muito difícil entrar na competição novamente, me motivar outra vez", revelou o judoca, após a conquista.
Mesmo com problemas na pegada, Camilo pontuou no segundo minuto do combate, obtendo waza-ari
Na luta que lhe valeu o bronze, venceu por ippon e deu a 15ª medalha da história do judô brasileiro.

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