O mais experiente da seleção

O boxe brasileiro decepcionou no último ciclo olímpico. Conquistou apenas dois bronzes nos Jogos Pan-americanos de 2003 e levou só cinco pugilistas para Atenas, quando conquistou apenas uma vitória. Agora, em um novo ciclo olímpico, o esporte passou perto de uma medalha no mundial de 2005 com Washington Silva, levou oito medalhas no Pan do Rio e classificou seis pugilistas para Pequim, o mesmo número de Sydney 2000.

Os resultados obtidos deixa a esperança de algumas vitórias, sempre dependendo do sorteio, já que o boxe é na base do mata-mata sem repescagem. Washington Silva e Myke Carvalho estiveram em Atenas, perderam na primeira luta, e agora, mais experientes, são os principais lutadores da equipe. Um total de seis vitórias seria um resultado espetacular em comparação com as últimas edições, em que o país conseguiu somente duas vitórias, em 2000, e uma em 2004. O sonho de repetir Daniel Bispo, que chegou até as quartas de finais em Atlanta, é real mas o sonho de repetir a única medalha do boxe, de Servílio de Oliveira em 1968, é muito distante.
O pugilista Myke Carvalho chegará em Pequim como o mais rodado dos brasileiros que se classificaram no boxe, ao lado de Washington Silva. Aos 25 anos, ele disputará em agosto sua segunda olimpíada na categoria até 64kg.

Em Atenas, foi eliminado pelo porto-riquenho Alexander de Jesus, por 39 a 24. "Fiquei deslumbrado com a quantidade de pessoas, o tamanho daquilo tudo. Subi no ringue e minhas pernas não paravam de tremer", confessou depois de ser eliminado na primeira rodada por um pugilista que ele sabia que podia vencer.


Myke tem a chance de melhorar sua história olímpica em Pequim. No Pré-Olímpico da Guatemala, Myke teve bom começo e chegou invicto ao combate contra o dominicano Manuel Diaz, que lhe tomou um lugar na final. O brasileiro vencia o combate, mas foi penalizado por segurar o rival no segundo final. Na repescagem, Myke não desanimou e derrotou o argentino Gumersindo Carrasco por 3-2 para ficar com a medalha de bronze e a sexta vaga do país para a China.

No primeiro pré olímpico, em Trinidad Tobago, caiu diante do americano Javier Molina , uma das promessas do boxe americano. No mundial da categoria, ano passado, ele venceu a primeira luta diante do holandês John Roovers por 26x8, mas caiu na fase seguinte contra o húngaro Giulya Kate. Seu melhor mundial foi em 2005, quando venceu na estréia um atleta de Hong Kong por nocaute e passou na segunda fase pelo dinamarquês Farhan Abdulla por 27x12 até perder para azerbaijano Maharramov Emili por 29x18.


Em 2006,venceu o forte torneio na Venezuela e no mesmo ano conseguiu talvez sua maior vitória na carreira. Myke Carvalho venceu por pontos o cubano Carlos Banteur, que na época tinha mais de 200 lutas. Foi campeão mundial juvenil em 2004 e medalha de prata da Copa do Mundo de Adultos 2005.

No Pan do Rio, ano passado, foi medalha de bronze mas ficou bem próximo da final, quando perdeu para o americano Karl Dargan nas semi finais por um ponto.
No torneio de boxe da Romênia, em junho, Myke conseguiu duas boas vitórias e ficou com a medalha de bronze ao ser vencido nas semifinais por 22:12 por Aleksander Ivanov, da Rússia.

Para Pequim, as chances de medalhas são reduzidas. Mas, ao lembrar de algumas vitórias nos últimos anos, pode-se esperar algo além de uma vitória. Com ajuda do sorteio, pode sonhar com uma vaga nas quartas de finais(são 28 pugilistas na categoria) e ali ninguém é favorito contra ninguém. Sua experiência pode colocá-lo como um candidato a surpreender em Pequim. Não para medalha, mas para um excelente resultado.
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NOS JOGOS OLÍMPICOS
Myke deu sorte no sorteio, caiu contra um lutador das Ilhas Maurício na primeira rodada, mas não lutou bem e, talvez, tenha sido a única decepção do boxe nacional em Pequim.
A luta foi equilibrada desde o início, sempre com muita movimentação. Apesar de começar perdendo, Myke conseguiu equilibrar o combate e se alternou na frente do placar. Colin fechou o primeiro assalto com 6 a 5 em seu favor. Com a guarda baixa na maior parte do tempo, Myke permitiu que o rival abrisse distância na segunda parcial, terminada em 8 a 6, e na terceira, com 13 a 8. Apesar de expressar reação no quarto e último round, o brasileiro se precipitou e não conseguiu ficar à frente no placar, encerrado em 15 a 11 pelo adversário.

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