O menos conhecido dos favoritos

Mesmo quem acompanha o esporte de perto não conhece direito o judoca Luciano Corrêa. Mas devia conhecer. Ele conseguiu uma medalha de bronze no mundial de 2005 e no ano passado, no mundial do Rio de Janeiro, ficou com o título, o que o credencia como um dos principais favoritos ao ouro nos Jogos Olímpicos na categoria até 100kg.


Em 2005, a vitória sobre o iraniano Abbas Fallah foi decidida no último instante e o bronze foi suadíssimo. Luciano estava em desvantagem por um yuko e, faltando 23 segundos para o final do combate, partiu para o ataque e aplicou um golpe que lhe valeu um ippon, encerrando a luta.

Sua tradicional força, aliada ao incrível preparo físico que o coloca mesmo no último minuto da luta com fôlego total, teve seu auge no mundial do ano passado, com uma medalha de ouro invejável. No primeiro combate, vitória por ipon sobre Igor Makaov de Belarus. Na segunda luta, mais uma vitória por ipon. A vítima foi o chinês Ning Shao. Nas quartas-de-final, Luciano demonstrou que era mais do que nunca candidato ao título com uma vitória conquistada nos detalhes sobre Levan Zhorzholiani, da Geórgia. Com toda a torcida a seu favor, o brasileiro venceu o húngaro Daniel Hadfi levantando a torcida na Arena Olímpica.
Na final, ele perdia a luta punido por um ataque falso e foi em busca da virada que começou com uma punição pelo mesmo motivo para o britânico Cousins. Nos segundos finais, o delírio da torcida veio com um contra-golpe que lhe valeu o ippon.

Nas etapas da Copa do Mundo deste ano, ele não conseguiu resultados tão bons, mas suficientes para garantir a vaga nos Jogos, com resultados melhores que Walter Santos. O campeão mundial de 2007 ficou em nono na etapa de Paris e perdeu na primeira rodada em Viena.

Porém, o mais desconhecido dos campeões brasileiros, tem a total confiança do técnico Luiz Shinohara, que o coloca como principal esperança do Brasil nos Jogos, apesar das presenças de João Derly e Thiago Camilo, mas que, segundo Shinohara, disputam categorias muito mais equilibradas.
Na copa do mundo de Moscou ficou na quinta posição. Na estréia venceu o austríaco Florian Lindner por yuko. Na segunda luta foi superado por ippon pelo russo Viacheslav Mikhaylin, que acabou conquistando a medalha de bronze no evento. Pela repescagem, Luciano fez uma luta dura com o geogiano Levan Razmadze e venceu por koka. Ainda pela repescagem o brasileiro passou por ippon pelo grego Dionysis Iliadis. Na luta pelo bronze, caiu diante do russo Askhab Kostoev, sofrendo um yuko quando restavam 20 segundos para o final da luta.

Serão cinco ou seis lutas para conquistar a medalha de ouro para Luciano que pode mostrar seu preparo físico invejável para o mundo em Pequim.
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NOS JOGOS OLÍMPICOS
Luciano não mostrou o porquê é atual campeão mundial. Lutando de forma apática levou dois waza-ris logo na estréia diante do holandês que era um dos favoritos para medalha de ouro, assim como o brasileiro, e foi para a repescagem. Lá, quando parecia que ele tinha finalmente entrado em seu melhor estilo, depois de vencer a primeira luta, perdeu a segunda e deu adeus a competição.
Talvez a maior decepção do judô brasileiro nas olimpíadas, já que ele tem um preparofísico invejável que poderia levá-lo para uma medalha na cansativa competição olímpica.

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