O revezamento que não vai

Dos seis revezamentos da natação dos Jogos Olímpicos de Pequim apenas um não tem mais chances de se classificar, o 4x200m livre feminino, exatamente o único que chegou na final olímpica em Atenas, ficando na sétima posição.

Enquanto os revezamentos masculinos garantiram vaga nas olimpíadas graças aos resultados obtidos no mundial de 2007, os femininos tiveram que fazer tomadas de tempo para conseguir ser um dos quatro melhores tempos do mundo dentre os países que não ficaram entre os 12 melhores do mundial do ano passado.

O 4x100m livre e medley do Brasil tem, hoje, o terceiro melhor tempo dentre os países ainda não classificados e muito provavelmente estarão nadando em Pequim 2008, mesmo com os tempos feitos com Rebeca Gusmão no Pan sendo excluídos da lista( O 4x100m livre não foi melhor que o Pan, 3min43s13 contra 3min42s56).

Já o 4x200m livre só irá para Pequim por um milagre. A seleção é a sétima do ranking dentre os países que não se classificaram e só irá para os Jogos Olímpicos se três seleções desistirem de disputar a prova, o que realmente é muito difícil de acontecer.

Não dá para intender o desempenho apenas razoável da equipe nas seletivas olímpicas. O país que contém quatro nadadoras capazes de nadar na casa dos 2min00 não conseguir fazer um tempo melhor que 8min13s47, feitos quando o Brasil ficou com o bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro ano passado.
No Troféu Maria Lenk, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos, Monique Ferreira e Paula Baracho ficaram um centésimo do tempo do Pan mas ainda muito, muito distante dos 8min06s32 da Polônia, atualmente último país classificado.

Nesta seletiva, a tomada de tempo foi feita no último dia pela parte da tarde, o que fez com que as nadadoras nadassem muito cansadas. Tatiana tinha nadado somente naquele dia duas vezes a prova dos 100m livre, ambas com o objetivo da marca olímpica, o que fez com que ela estivesse muito cansada e nadar apenas para 2min04s48.

Joanna Maranhão, que nadou as provas dos 200m e 400m medley 200m costas, 200m borboleta no torneio, nadou mais de 2s acima de seu melhor tempo, o mesmo acontecendo com Monique Ferreira, que ficou quase 3s acima de seu recorde sul-americano, conquistado no início do ano.

O recorde sul-americano da prova foi batido na final olímpica com o tempo de 8min05s47, que poderia ser normalmente repetido com as atletas que o Brasil tem e desta forma a equipe poderia estar em Pequim. Monique poderia nadar na casa dos 2min00s, assim como a versátil Joanna e a veloz Tatiana Lemos. Apenas Paula Baracho não tem tempos tão bons, mas se nadasse com 2min01s, o país poderia fazer os 8min06s que a classficaria para Pequim.

Esta prova pode servir de exemplo para o Brasil que possivelmente conseguirá uma final olímpica em um dos revezamentos femininos em Pequim. Caso chegue lá, não pode acontecer o mesmo que aconteceu com o 4x200m e a equipe estagnar, não conseguindo nunca mais nadar perto do tempo feito nas olimpíadas. Tem de haver continuidade!

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