Atletas com índices mas sem vaga

As eliminatórias do 100m peito do Troféu Maria Lenk semana passada foram, provavelmente, as provas de maior nível técnico da história da natação nacional.

Apenas Henrique Barbosa possuia o índice olímpico até o início da competição. Ele tinha o recorde sul-americano da prova com 1min01s44, feitos no campeonato sul-americano de Desportes Aquáticos, no Pinheiros, em março.

Henrique, Eduardo Fischer e Felipe França, do Pinheiros, e Felipe Lima, da Unisanta, nadaram abaixo do 1min01s70, marca estipulada pela FINA para nadar a prova em Pequim.

Na segunda série, Fischer marcou 1m01s49 e mal teve tempo de comemorar, pois na bateria seguinte Felipe Lima baixaria o tempo sul-americano de Henrique para 1m01s21. Sua vibração também foi breve já que na quarta e última série, Henrique na raia quatro e Felipe França, na cinco, cravaram respectivamente 1m00s77 e 1m01s17.

Dos quatro peitistas brasileiros, apenas França não nadou com o maiô revolucionário que tem trazido tanta discussão na natação mundial.
Eduardo Fischer e Felipe Lima são os primeiros nadadores da história do Brasil ao ficar de fora de uma olimpíada tendo alcançado o índice A da FINA.
Caso existisse um revezamento 4x100m peito, o Brasil seria medalha de ouro. É ó único país, por enquanto, que fez quatro índices olímpicos na prova, segundo o site da FINA.

Fischer tentava classificação para sua terceira olimpíada. Seu melhor resultado foi a semi final dos 100m peito nos Jogos Olímpicos de Atenas e na mesma edição, ficou na 15ª posição no revezamento 4x100m medley. Ele é o único peitista brasileiro com medalha em mundiais, com o bronze no de piscina curta de 2002, em Moscou e tem no currículo duas medalhas pan-americanas, bronze nos 100m peito e prata no 4x100m medley em Santo Domingo 2003.

Vinha de sucessivas lesões nos últimos anos e conseguiu o índice olímpico depois de ficar fora da seleção brasileira nos últimos grandes torneios, inclusive o Pan-americano do Rio.

Torço para que ele continue na natação pois por muitos anos levou o nado peito "nas costas"( com o perdão do trocadilho).


Já Felipe Lima, aos 23 anos, não pode baixar a cabeça pois tem um grande tempo nos 100m peito e tem tudo para fazer um ciclo olímpico brilhante, com finais em mundiais e medalhas pan-americanas. Tem o recorde sul-americano dos 50m peito com 27s58 obtido no Troféu Maria Lenk, tempo distante apenas quatro décimos do recorde mundial.

Se melhorar a virada, pode se tornar um dos grandes nadadores do mundo para o mundial de 2009.

Levanta sacode a poeira e dá a volta por cima!

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