Gabriel Mangabeira é um nadador discreto. Apesar de versátil, finalista olímpico ele está sempre "em segundo plano" quando o assunto é natação. Um motivo é que Kaio Márcio se encontra em situação melhor que ele no nado borboleta. Outro é que ele não tem tempo o suficiente para brigar por uma medalha, ""somente"" para chegar numa final pela segunda vez seguida.
Mangabeira era especialista nos 100m costas e nos 200m medley mas a partir da vaga não obtida para os Jogos Olímpicos de Sydney ele mudou de especialidade, mudando para os 100m borboleta.
Nos Jogos Pan-americanos de 2003, ficou na sétima posição nos 100m borboleta, na casa dos 54s, o que o colocaria longe de qualquer bom resultado em Atenas. Havia sido um mês antes o 39º nos 100m borboleta do mundial e o 45º nos 100m costas.
O índice para Atenas veio com o tempo de 53s49 obtido no Troféu José Finkel, em maio de 2004. Nos Jogos Olímpicos, se superou, bateu o recorde sul-americano da prova com 52s46 e ficou na sexta posição de uma das provas mais fortes da competição.
Depois, veio mais um ciclo olímpico. Foi 13º nos 100m borboleta do mundial de 2005, provando que não havia perdido a forma, mesmo 0s5 de seu melhor tempo. No mundial de 2007, ficou muito próximo do índice olímpico para Pequim e ficou na 17ª posição.
O tempo que o classificou para Pequim veio no Pan do Rio. Fez 52s43 para ficar com a prata atrás apenas de Kaio Márcio numa das finais mais importantes da natação no Pan, com uma das três dobradinhas do Brasil. Com este tempo, ele conseguiu abaixar sua marca de Atenas pela primeira vez.
De lá para cá, seu melhor tempo foi na semana passada no Maria Lenk, quando nas eliminatórias nadou para 52s82.
Para repetir uma final olímpica, Mangabeira terá que tentar nadar abaixo de 52s pois a prova é uma das mais fortes do mundo, com a participação de Michael Phelps, Ian Crocker e muitos outros.
Se fizer o tempo de 52s baixo, provavelmente conseguirá uma vaga entre os 16 melhores, mas voltar a ficar entre os oito melhores do mundo somente com uma considerável melhora.
Neste ano, até o momento, apenas cinco atletas nadaram para baixo de 52s. Porém, a tendência é esse número aumentar muito, não só pelo fato de alguns atletas dos EUA não terem nadado esta prova ainda este ano, mas também por causa do super maiô, que Gabriel poderá utilizar em Pequim. Para efeito de comparação, no mundial de 2007, a 16ª vaga das semi finais ficou com o tempo de 52s79. A oitava vaga na final foi conquistada com o tempo 52s26.
Ou seja, melhorar bastante seu tempo é único modo de conseguir mais uma final olímpica. A medalha provavelmente será na casa dos 51s baixo. É difícil uma final, uma medalha quase impossível. Mas temos que acreditar nele, que em Atenas se superou de uma forma íncrivel.
No campeonato da Croacia, em julho, ele conseguiu a melhor marca da carreira com 52s01 e entrara em Pequim como um possivel finalista.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Gabriel Mangabeira, infelizmente, não nadou seu melhor e ficou de fora das semi finais. Ele, que nadou numa série muito forte, fez 52s28, melhor do que o tempo que lhe deu a sexta posição em Atenas, mas acabou em 23º. Tinha chances reais de uma semi final e até mesmo de uma final, mas nadou 0s27 acima de seu melhor tempo. O tempo que rendeu uma semi final foi de 52s05.
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