Nem só de Cielo vive os 50m

Que nos 50m livre um dos favoritos à medalha em Pequim é o velocista brasileiro Cesar Cielo todo mundo sabe. Agora, que Nicholas dos Santos também nadará os 50m e com chances reais de pegar uma final poucos lembram.


Nicholas apareceu para o mundo em 2001 quando fez, na época, um dos 25 melhores tempos da história dos 50m livre em piscina curta, ao ganhar uma medalha numa etapa da copa do mundo. Era jovem, tinha 21 anos e prometia uma promissora carreira.

A assenção não foi tão empolgante e ficou de fora das principais competições. Conseguiu índice para a participação dos Jogos Pan-americanos de 2003 depois do bronze no Troféu Brasil de 2003( O vencedor foi o argentino José Meolans) mas não viajou para o Pan pois dois atletas tinham marcas mais fortes que ele. No mundial do mesmo ano, nadou os 50m borboleta e foi eliminado nas eliminatórias. A prova estava presente no programa dos Jogos até dias antes da competição, quando foi excluída, tirando assim a chance de Nicholas participar do evento.
Para Atenas, ficou distante do índice olímpico na sua principal prova, os 50m livre, e também não conseguiu vaga para o revezamento 4x100m livre. No mundial de piscina curta, disputado dois meses após os Jogos Olímpicos, ajudou o Brasil a ficar com a prata no revezamento 4x100m livre e ficou em oitavo nos 50m livre. Neste mesmo ano, havia batido o recorde sul-americano da prova em piscina curta com 21s32. Se mostrou um nadador muito melhor em piscinas de 25m do que 50m
Depois deste sumiço das principais competições, veio com tudo para o Troféu Brasil de 2006, quando voltou a baixar dos 23s e ficou na quarta posição. A vaga para o Pan de 2007 veio com o tempo de 22s48 feitos no Troféu Maria Lenk de 2007 e a volta de Nicholas aos principais torneios mundiais de piscina longa nos 50m livre.
No Pan, bateu o recorde pan-americano nas eliminatórias mas na final acabou sem chances de brigar pelo ouro com Cesar Cielo. Porém, a medalha de prata foi conquistada com o tempo de 22s18 e o índice olímpico para a prova.

Este ano, disputou o evento teste em Pequim e ficou com o bronze na prova dos 50m com 22s50. Assistiu pela televisão o Troféu Maria Lenk por conta da epidemia de dengue no Rio de Janeiro e segue sua preparação para os Jogos Olímpicos.

Disputando a prova mais nobre dos Jogos Olímpicos, necessita baixar um pouco o tempo para tentar uma vaga na final. Com este "quebra-quebra" de recordes, talvez para uma final olímpica, precisa-se nadar abaixo dos 22s, o que ainda é um pouco distante para Nicholas que tem como melhor tempo 22s18.
Porém, se preparou para o Pan do ano passado e conseguiu a expressiva marca de 22s18, que o colocaria na final do campeonato mundial do ano passado, mostrando que quando está "polido" e preparado consegue marcas espetaculares.Se conseguir se adaptar ao maiô que tanto se discute, conseguirá nadar mais rápido ainda podendo disputar a final da prova mais rápida e disputada da natação.

Voltaríamos aos bons tempos de Fernando Scherer e Gustavo Borges, que disputaram a final dos 100m livre de Atlante, última vez que dois brasileiros participaram de uma mesma final olímpica.
NOS JOGOS OLÍMPICOS
Nicholas Santos conseguiu um excelente resultado nas eliminatórias, ao cravar 22s00 e ficar com a 11ª posição entre os classificados. Nas semi finais, não nadou para seu melhor, fez 22s15 e ficou na 15ª posição. Entretanto, mesmo fora da final, fez uma marca importantíssima, bem melhor que sua antiga melhor, 22s18, e atingiu seu objetivo.

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