O Brasil, por enquanto, levará apenas uma marchadora para os Jogos Olímpicos de Pequim, e o nome dela é Tânia Spindler. Ela, somente este ano, já melhorou o recorde brasileiro por duas vezes e conseguiu no último fim de semana, na Copa do Mundo de Marcha, o índice A para os Jogos Olímpicos de Pequim.
Ela tem uma história interessante. Para conseguir se classificar para o Pan do Rio, ela contou com uma ajuda do futebol. Desanimada com a ausência de retorno financeiro com o atletismo, a atleta decidiu, no final de 2006, abandonar o esporte.
Ficou 46 dias parada e engordou 6 kg. Até receber uma "cobrança" do primo Jader, o Baré, centro-avante do Gamba Osaka, do Japão. "Como o Mundial de atletismo vai ser em Osaka, ele disse que a gente ia se encontrar lá", conta a marchadora. "Quando eu disse que não ia, ele não aceitou. Perguntou o que eu precisava para voltar a treinar. Eu disse que precisava de tênis. Como ele é patrocinado por uma marca, me deu logo dois. Agora, eu só uso tênis importado", comemora. "A gente começou no esporte mais ou menos na mesma época e sempre disse que, quando um desanimasse, o outro ajudaria.
Agora ele me ajudou não apenas na parte financeira, mas me deu apoio psicológico, que é o mais importante", completa. Motivada pelo primo bem-sucedido, Tânia decidiu que buscaria um lugar no Pan.
Este ano, no campeonato sul-americano, não foi muito bem terminando na oitava posição. Antes, na Copa Brasil, tinha ficado apenas 1min12s do índice B para os Jogos, até então não alcançado por nenhuma brasileira.
Na etapa de Sexto da Itália do circuito mundial de marcha, Tânia bateu o recorde brasileiro da prova ao ficar em sexto lugar com o tempo de 1min34s39, melhorando o tempo de Alessandra Picagevicz, que participou dos Jogos de Atenas 2004, e conseguiu índice B para Pequim. Porém, quando o país tem uma atleta com índice A, o país só poderá levar atletas, no máximo três, que superarem a marca A. Com índice B, apenas um atleta por país. Antes, em Portugal, ela havia chegado em 15º com o tempo de 1h36min06.
Tânia está melhorando gradativamente seus tempos e chegará em Pequim no auge de sua forma.
No mundial de Osaka, ano passado, terminou a prova em 30º. Com as mesmas adversárias, as melhores do mundo, na Copa do mundo fim de semana passado, foi 23ª.
Em Atenas, Alessandra Picagevicz ficou na 48ª posição, colocação que poderá facilmente ser superada na fase vivida por Tânia. Tânia, quarta colocada no Pan do Rio, poderá ainda ter a companhia de outras brasileiras, caso consigam correr para 1h33min30. Cisiane Lopez chegou perto e a Alessandra tenta vaga na sua segunda olimpíada.
O nível da marcha feminina no Brasil ainda é baixo, mas estamos perto de conseguir levar três atletas para competição.
Atualização Tânia ficou na segunda posição no Troféu Brasil de atletismo, na prova disputada na Av Politécnica, em São Paulo. Ela cravou 1h42min24, longe de seu melhor tempo, mas ainda competitiva.
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